Juros altos para crédito drenam a renda das famílias e freiam o crescimento do País

O peso dos juros atingiu níveis preocupantes ao longo de 2024 e 2025. Isso tem pressionado o orçamentos das famílias e das empresas e limitado o crescimento do País. O volume desembolsado apenas para pagar juros já ultrapassa R$ 1 trilhão, valor equivalente a quase 10% do Produto Interno Bruto (PIB) — uma fatia que drena os recursos do consumo, do investimento e da poupança nacional.

“A comparação com a Nigéria é interessante: só em juros, gastamos o equivalente a toda a economia daquele país em um ano. Isso acontece porque o crédito é muito caro aqui. As taxas para consumidores e empresas no Brasil são muito elevadas e acabam criando uma conta a pagar enorme. A nossa taxa básica está em 15%, mas não chega perto daquela que consumidores e negócios pagam, entre 80% e 100% para muitos”, adverte Fabio Pina, assessor da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), na mais nova edição do Fecomercio Orienta. 

No programa, o economista explica que, enquanto a renda das famílias cresceu pouco mais de 3%, o valor gasto exclusivamente com juros saltou mais de 20% — comprometendo o poder de compra e ampliando o endividamento. Ele destaca que esse descompasso entre o crescimento dos juros e da renda aponta para um risco estrutural.

“Se a taxa de juros sobe mais rápido do que a renda, o orçamento familiar se desequilibra. Cada vez mais recursos são usados para pagar dívidas, o que obriga as pessoas a reduzirem despesas básicas, como mercado ou educação”, alerta Pina. A situação se agrava em um cenário de desaceleração econômica, aumento do risco de inadimplência e fragilização da saúde financeira do governo.

O episódio completo do FecomercioSP Orienta detalha os entraves do crédito no Brasil e as perspectivas para o futuro. Assista!