A Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) promoveu, nesta terça-feira (14.10), o seminário “Brasil e a COP30: O Papel da Eficiência Energética no Setor HVAC-R”. O encontro reuniu representantes do governo, entidades do setor industrial e especialistas nacionais e internacionais para discutir os desafios e as oportunidades da eficiência energética no setor de climatização e refrigeração (HVAC-R), com foco na transição energética, no combate às mudanças climáticas e no papel estratégico da indústria nacional.
O seminário, promovido pela ABDI, pelo Ministério de Minas e Energia (MME) e pela organização internacional Clasp, teve o apoio do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), da Eletros, Abrava, Embrapii, Inmetro, Procel, EPE, Senai, entre outros parceiros estratégicos.
Participaram da abertura do evento a diretora de Economia Sustentável e Industrialização da ABDI, Perpétua Almeida; a secretária de Economia Verde, Descarbonização e Bioindústria do MDIC, Júlia Cruz; o diretor do Departamento de Informações, Estudos e Eficiência Energética do MME, Leandro Andrade; e o diretor executivo da Clasp para a América Latina, Colin Taylor.
Em sua fala, a diretora abordou a urgência de aliar a expansão do acesso à energia com a eficiência energética como pilar para o desenvolvimento industrial, social e ambiental do Brasil. “Eficiência energética é mais que economia de energia, é investir nas pessoas, é reindustrializar o Brasil com justiça social e sustentabilidade”, define.
“Para atender as populações, seja do Brasil, do planeta, das grandes cidades ou do interior da Amazônia, nós precisamos expandir e democratizar a energia, especialmente para as populações que vivem em pobreza energética”, acrescenta.
Já a secretária do MDIC destacou a Nova Indústria Brasil (NIB) como um projeto de neoindustrialização que integra três pilares fundamentais: redução de desigualdades, inovação e sustentabilidade.
Nesse sentido, Júlia Cruz citou vantagens competitivas do Brasil, como a matriz energética limpa e o potencial para a produção de biocombustíveis sem competir com a segurança alimentar. “O Brasil tem vantagens competitivas do ponto de vista da sustentabilidade. Não falar da Nova Indústria Brasil a partir de uma base verde seria desperdiçar a oportunidade de liderar essa transição no mundo”, acredita.
COP30 e Eficiência Energética
O diretor do MME ressaltou que, no contexto da COP30, a cooperação entre ministérios e a indústria é fundamental para posicionar o Brasil como líder na transição energética, utilizando a eficiência como o “primeiro combustível” para um desenvolvimento sustentável.
“A eficiência energética, do ponto de vista do setor de energia, é como se fosse o primeiro combustível. É o combustível mais barato e, além disso, evita investimentos em geração e transmissão para o país, promovendo, na tarifa, uma redução importante para o consumidor final”, explica Andrade.
Questão de saúde pública
Para o diretor da Clasp, diante da crise climática que o mundo enfrenta, o acesso à climatização tornou-se uma questão de saúde pública. “Devido às mudanças climáticas, o mundo fica a cada ano mais quente. A cada ano morrem quase meio milhão de pessoas por falta de acesso à climatização. As pessoas vão precisar de ar-condicionado a um preço acessível e que seja eficiente. Se o Brasil conseguir desenvolver essa indústria, há uma oportunidade enorme no mundo”, avisa.
A programação do evento incluiu apresentações de políticas públicas, casos de inovação tecnológica, painéis com empresas líderes do setor e debates sobre os gargalos e as soluções da cadeia produtiva. Os debates também abordaram o crescimento da demanda global por climatização, os impactos nas populações vulneráveis e a urgência de acesso equitativo à refrigeração sustentável. O encontro culminou na instalação oficial do Comitê de Acompanhamento do Projeto de Eficiência Energética, com a assinatura de uma carta de intenções que será apresentada na COP30, em Belém (PA), em novembro.
Fonte Oficial: https://www.abdi.com.br/seminario-da-abdi-discute-eficiencia-energetica-no-setor-hvac-r/