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ABDI lança comitê para fortalecer políticas de eficiência energética no setor HVAC-R

A Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), o Ministério de Minas e Energia (MME) e a Clasp lançaram oficialmente, nesta terça-feira (14/10), durante o seminário “Brasil e a COP30: o papel da eficiência energética no setor HVAC-R”, em Brasília, o Comitê de Acompanhamento do Projeto de Eficiência Energética como Instrumento de Política Industrial. Parte do projeto desenvolvido em parceria pelas entidades, o comitê vai reunir representantes públicos e privados para discutir e propor ações que ampliem a eficiência energética no setor brasileiro de HVAC-R (aquecimento, ventilação, ar-condicionado e refrigeração).

“Com o comitê, vamos criar um ambiente seguro para a troca de dados e informações, algo que sempre foi um desafio enorme para o setor. A ideia é reunir dados qualificados, tanto das empresas quanto do poder público, com atores fundamentais do ecossistema de inovação, para construir políticas realistas e aplicáveis”, explica Marcia Oleskovicz, analista de Produtividade e Inovação da ABDI e líder do projeto.

Um dos produtos do novo grupo lançado nesta terça será uma carta a ser apresentada na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), em Belém (PA), em novembro. O documento será uma espécie de compromisso do comitê e das entidades do setor HVAC-R com a eficiência energética.

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“A carta já está sendo elaborada, mas vamos abrir também espaço para contribuições de empresas e instituições envolvidas do setor. Queremos assinar, na COP, um compromisso com a eficiência energética do setor HVAC-R para os próximos anos. O Brasil tem uma matriz limpa e precisa aprender a utilizá-la com mais eficiência. Esse é o recado que vamos levar à Cúpula”, acrescenta Marcia.

A próxima reunião do comitê será realizada em março do ano que vem, quando serão apresentados os primeiros resultados desse mapeamento das cadeias de valor.

O diretor do Departamento de Informações e Estudos Energéticos do MME, Leandro Andrade, destacou a relevância do setor de HVAC-R, que representa cerca de 20% do consumo de energia no Brasil, e é o segundo maior mercado do mundo, atrás apenas da China. “É um setor com grande potencial de crescimento e, com o aumento do poder de compra da população, essa tendência deve se intensificar. Por isso, é fundamental que avancemos sem excluir a população mais vulnerável”, afirma.

O representante do MME ressaltou que o país já possui índices mínimos de eficiência para diversos equipamentos, e que há um movimento da indústria para ampliar esses padrões. “A eficiência energética é como se fosse o primeiro combustível, o mais barato. Ela reduz a necessidade de novos investimentos em geração e transmissão de energia e traz benefícios diretos ao consumidor. Num contexto de COP, reforçar a eficiência energética dentro da política industrial brasileira é essencial para alcançarmos a transição energética que desejamos”, destaca.

A abertura do seminário também contou com a presença da diretora de Economia Sustentável e Industrialização da ABDI, Perpétua Almeida; da secretária de Economia Verde, Descarbonização e Bioindústria do MDIC, Júlia Cruz; e do diretor executivo da Clasp, Colin Taylor.

Mapeamento do setor

Também durante o seminário, foi assinada uma parceria entre a ABDI e as unidades do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) do Amazonas e do Paraná, por meio dos sistemas FIEAM e FIEP, para a elaboração de relatórios técnicos sobre gargalos tecnológicos e oportunidades de inovação, diagnósticos de pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I), além da criação de painéis e dashboards interativos para o monitoramento contínuo do setor.

A iniciativa resultará em um plano de ação a cada cinco anos, oferecendo uma visão dinâmica e detalhada da cadeia produtiva, suas demandas e potenciais de crescimento. “Ao analisar o cenário, percebemos a necessidade de apoiar a indústria local de forma mais estruturada. A ABDI tem uma relação muito próxima conosco e está comprometida com o futuro do país. Vamos fazer um trabalho conjunto para fortalecer esse setor”, afirma o diretor do Instituto Senai de Inovação do Amazonas, Élvio Dutra, destacando que o polo industrial de Manaus é o maior produtor de aparelhos de ar-condicionado do Brasil.

Para Sidarta Ruthes, gerente do Observatório do Sistema FIEP no Paraná, a colaboração com a ABDI reflete a prática consolidada da rede Senai de fomentar a inteligência coletiva. “A ideia é escutar empresários, entender gargalos, identificar oportunidades de substituição de importações e fortalecer os elos mais frágeis dessa cadeia”, destaca.

Debates e perspectivas do setor

O seminário “Brasil e a COP30: o papel da eficiência energética no setor HVAC-R” contou com diversos painéis ao longo da programação.

A coordenadora-geral de Eficiência Energética do MME, Samira Sana, destacou que o Brasil vem aprimorando suas regulamentações desde 2007, com revisões recentes para equipamentos como ar-condicionado (2022) e refrigeradores (2023). “Temos o privilégio de possuir uma matriz sustentável, um grande ativo para o processo de industrialização e transição energética”, aponta.

O diretor de Desenvolvimento da Indústria de Insumos e Materiais Intermediários do MDIC, Leonardo Durans, apresentou as ações da Nova Indústria Brasil (NIB), com foco na Missão 5. Já Edilaine Camillo, diretora da Clasp no Brasil, trouxe um panorama internacional sobre eficiência energética e mudanças climáticas. O especialista Miquel Pitgarch i Mocholi fez uma análise comparativa de políticas, tecnologias e padrões internacionais de desempenho energético.

Também participaram Jorge Manuel Aureliano (Daikin), Thiago Rodrigues (Eletros) e Romenig Bastos (Gree Electric Appliances), que compartilharam experiências e perspectivas do setor produtivo.

Fotos: Helio Montferre e João Miguel/ABDI

Fonte Oficial: https://www.abdi.com.br/abdi-lanca-comite-para-fortalecer-politicas-de-eficiencia-energetica-no-setor-hvac-r/

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