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Um clima de justiça: o trabalho humano no centro da transição sustentável

Painel do Pré-COP30 destaca que a agenda climática precisa gerar oportunidades, proteger vidas e combater desigualdades.

 

O papel das pessoas como centro da ação climática marcou o debate do painel “Transição Justa para o Desenvolvimento Sustentável e as NDC”, realizado nesta quarta-feira (8), durante o Seminário Pré-COP30: Promovendo Trabalho Decente e Transição Justa, em Brasília. Moderado pelo diretor da Organização Internacional do Trabalho (OIT) no Brasil, Vinícius Pinheiro, o painel reuniu representantes do governo, do setor produtivo e de trabalhadores para discutir os desafios e as oportunidades de uma transição para uma economia de baixo carbono que seja justa, inclusiva e geradora de empregos decentes.

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O diretor do Programa de Transição Justa da OIT, Moustapha Kamal Gueye, abriu o debate destacando que a ambição climática vai além de metas e números — trata-se de proteger vidas e meios de subsistência. Segundo ele, 1,2 bilhão de empregos no mundo dependem diretamente de ecossistemas saudáveis, especialmente na agricultura, enquanto 2,4 bilhões de trabalhadores poderão ser expostos ao estresse térmico, o que representa uma perda de produtividade equivalente a 80 milhões de empregos até 2030. Para Gueye, o desafio está em promover economias ambientalmente sustentáveis de forma justa e inclusiva, criando oportunidades de trabalho decente sem deixar ninguém para trás. “É preciso maximizar as oportunidades sociais e econômicas da ação climática, minimizando os impactos por meio do diálogo social e do respeito aos direitos fundamentais no trabalho”, afirmou.

Na sequência, Ana Paula Cavalcante, diretora do Departamento de Governança Climática e Articulação da Secretaria Nacional de Mudança do Clima do Ministério do Meio Ambiente (MMA), reforçou que a COP30 no Brasil precisa colocar as pessoas no centro do debate climático. Ela lembrou que o Plano Nacional sobre Mudança do Clima já inclui a transição justa como eixo transversal e que a implementação dessas medidas tem potencial para gerar empregos e reduzir desigualdades históricas, inclusive de raça e gênero. “É fundamental envolver as pessoas que serão diretamente afetadas desde a formulação das políticas. Nenhum grupo restrito consegue enxergar sozinho a totalidade dos impactos”, pontuou.

A diretora técnica do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), Adriana Marcolino, reforçou a importância do diálogo social como base das experiências bem-sucedidas de transição justa. Para ela, mudar os modos de produzir e consumir é essencial para evitar a perda de vidas, a destruição de empregos e o agravamento das desigualdades. “A transição justa é um processo que deve ser planejado com participação, diálogo e responsabilidade coletiva”, afirmou.

O representante da Confederação Nacional do Sistema Financeiro (CONSIF), Nicolino da Silva Júnior, chamou atenção para a gravidade dos impactos dos eventos climáticos extremos e a necessidade de agir de forma articulada e preventiva. “Precisamos estar atentos à severidade dos extremos climáticos que acometem as pessoas nos locais mais inesperados. É possível agir conjuntamente, colocando trabalhadores e comunidades no centro das discussões, mas é preciso ter consciência de que, por maior que seja o esforço, ainda será pouco diante da dimensão do desafio”, destacou.

O painel evidenciou um consenso entre os participantes: a transição justa é indispensável para alcançar as metas climáticas e promover o desenvolvimento sustentável com equidade. A construção desse novo modelo econômico depende da cooperação entre governos, empresas e trabalhadores — e do compromisso de que o futuro verde seja também socialmente justo.

Fonte: gov.br/trabalho-e-emprego/pt-br

Imagem: Internet

Fonte Oficial: https://portaldocomercio.org.br/diario-executivo/um-clima-de-justica-o-trabalho-humano-no-centro-da-transicao-sustentavel/?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=um-clima-de-justica-o-trabalho-humano-no-centro-da-transicao-sustentavel

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