O Festival Curicaca, apresentado pelo Ministério da Cultura e pela Petrobras por meio da Lei de Incentivo Cultural, voltou a movimentar a Arena BRB nesta quinta-feira (9/10), terceiro dia do evento, com exposições e muita conversa sobre indústria, sustentabilidade, tecnologia e economia criativa.
Pela manhã, sob o tema “Despoluir para crescer: a indústria na era da descarbonização”, o Palco NIB abriu os debates do dia destacando a importância da queda das emissões e da transição energética no Brasil, com igual atenção ao papel das instituições públicas e privadas na promoção de políticas que integrem crescimento econômico e sustentabilidade ambiental.
Representantes da Open Society Foundations, dos ministérios da Fazenda e do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, da Petrobras e do Instituto Brasileiro de Mineração enfatizaram a necessidade de inovação tecnológica, investimentos estratégicos e cooperação intersetorial para impulsionar uma agenda de crescimento justo e ambientalmente responsável.
A discussão sobre inovação e narrativas brasileiras, por sua vez, abriu a programação do Palco BNDES com diálogos sobre como relatos ajudam empresas a engajar talentos, fortalecer a indústria e valorizar o produto brasileiro.
“Contar histórias e democratizar narrativas históricas é um exercício de enfrentamento à desinformação. Memória e patrimônio são objetos de disputa, e o pensamento histórico precisa ser compartilhado por todos. A dificuldade de reconhecer trajetórias de grupos negligenciados passa pela dificuldade de reconhecer pessoas no tempo presente”, defendeu a historiadora e professora da Universidade de Brasília Ana Flávia Magalhães em uma conversa que se desdobrou nos elementos cruciais para o compartilhamento de marcas.
“Há um esforço para valorizar a produção e o consumo no Brasil, mesmo com a marca sendo reconhecida internacionalmente. A Havaianas se posiciona como democrática, inclusiva e atenta às questões sociais e ambientais”, disse o presidente da Havaianas Brasil, Fernando Rosa.
A padaria artesanal da segunda-dama Lu Alckmin, forte exemplo de como a economia solidária e criativa pode transformar realidades nas periferias, abriu a discussões do Palco Futuro (Sebrae) com o tema “Inovação nos Interiores e Periferias: como construir redes e resultados sustentáveis”.
O assunto foi igualmente tratado na sequência pelo catador de recicláveis do DF Cleusimar Andrade e produtores culturais que destacaram como tecnologia, sustentabilidade e empreendedorismo social impulsionam transformações fora dos grandes centros. “Ninguém quer falar sobre lixo, mas ele está na casa de todo mundo. A indústria vai usar leitura ótica para separar resíduos, mas e o catador? Para onde ele vai? Precisamos pensar nisso”, provocou Andrade.
Moleque de quebrada
Uma das principais atrações do dia, Konrad Cunha Dantas, conhecido mundialmente como KondZilla, participou à tarde do painel “Vozes que ressoam: cultura, alcance e o poder da narrativa urbana”, no Palco NIB. “Sou mais um moleque de quebrada que contrariou as estatísticas”, disse Konrad para uma plateia formada, em sua maioria, por jovens.
“Por mais que eu seja conhecido por ajudar jovens que estão na frente das câmeras, também revelamos muitos executivos. A periferia não pode ser só de atores, cantores ou jogadores de futebol. O entretenimento é uma camada de pertencimento, mas é com tecnologia e educação que podemos transformar o país”, apostou.
O Palco NIB seguiu debatendo indústria cultural com palestrantes atentos ao audiovisual brasileiro. No painel “Luz, Câmera, Investimento: o Brasil pronto para brilhar no cinema mundial”, especialistas discutiram os desafios e oportunidades para expandir e atrair investimentos ao audiovisual nacional.
Douglas Costa, fundador da Taking Over NY, compartilhou seu trabalho de expansão da presença de atores brasileiros nos Estados Unidos e o uso do audiovisual como ferramenta de conscientização. À noite, foi a vez de Vanessa da Mata ocupar o Palco Petrobras com sucessos que encerraram mais um dia de atividades do festival. A cantora mato-grossense passou o bastão para MC Hariel, que promete balançar as colunas da Arena BRB nesta sexta-feira, 10.
O Festival Curicaca
A primeira edição do Festival Curicaca — batizado em homenagem à ave símbolo do Cerrado, conhecida por anunciar mudanças no tempo — nasce com um propósito claro: reposicionar o Distrito Federal como o epicentro da inovação industrial brasileira.
Inspirado no modelo descentralizado do evento norte-americano South by Southwest (SXSW), o festival leva conteúdos e experiências para diversos pontos da capital, promovendo uma verdadeira imersão na criatividade, tecnologia e cultura.
Com expectativa de reunir 100 mil pessoas ao longo de cinco dias, a programação inclui circuitos de startups, experiências sensoriais, gastronomia, games, exposições e shows.
A curadoria do Festival Curicaca está organizada em 10 trilhas de conhecimento, alinhadas às 6 missões da Nova Indústria Brasil (NIB). Na Arena BRB, os participantes encontrarão um ecossistema vibrante de palcos temáticos, com centenas de painéis e especialistas renomados. Cada palco foi cuidadosamente pensado para provocar reflexões estratégicas e atuais sobre os rumos do Brasil. São eles:
Palco NIB Petrobras: O palco principal do evento reunirá keynotes internacionais e debates sobre o futuro do Brasil. Entre os confirmados estão Mariano Gomide (VTEX) e Verena Paccola (Forbes Under 30). Os temas incluem a estratégia da Nova Indústria Brasil, descarbonização, robótica e o potencial brasileiro no cinema e no turismo global.
Palco Futuro (Sebrae): Dedicado a explorar o impacto da revolução tecnológica no trabalho e na sociedade, contará com nomes como Samuraí Brito (Itaú) e Maria Paula (atriz e mestra em saúde mental). Inteligência artificial, novos modelos de educação e bem-estar digital estarão em pauta.
Palco Indústria (BNDES): Voltado para tecnologia, capital e narrativas que moldam o futuro industrial, com Mariana Vasconcelos (Agrosmart), Camila Achutti (Mastertech), Daniel Balaban (ONU), Nina Santos (Políticas Digitais) e Billy Nascimento (Forebrain). Fundos de impacto, mobilidade, liderança digital e combate à desinformação serão debatidos.
Palco Inovação (Finep): Espaço para cases de empresas e startups que transformam pesquisa em impacto real. Entre os nomes confirmados estão Luana Raposo (Biotech) e Juliane Blainski (ManejeBem).
Palco Petrobras Cultural: Voltado à força da cultura brasileira, com shows, espetáculos e experiências que celebram a diversidade artística e a economia criativa.
Além dos palcos, a estrutura contará com experiências imersivas para toda família, como uma cidade futurística, experimentações científicas, feiras, desafios de inovação com startups e ativações do setor produtivo de todo o Brasil.
O Festival Curicaca tem o patrocínio cultural da Petrobras por meio da Lei Rouanet e do Ministério da Cultura, além de parceiros como BNDES, Embratur, Embrapii, ABIMDE, CNI, Senai, Sebrae, CNI, Finep, Huawei, Embrapa, Universidade Católica de Brasília, IFB, UNB, P&D Brasil, Ministério da Fazenda, MEC e MDIC.
SOBRE A ABDI
A ABDI é vinculada ao MDIC/Governo Federal e atua para fortalecer a indústria nacional, impulsionando a competitividade, inovação e sustentabilidade do setor produtivo.
SERVIÇO
Data: 7 a 11 de outubro de 2025
Local: Estádio Arena BRB e outros pontos de Brasília (DF). Acesso imprensa: Portão A.
Informações: www.abdi.com.br/curicaca
Assessoria de imprensa: [email protected]
Credenciamento: https://forms.office.com/r/y9pevZvy9b
Ingressos gratuitos no app “Festival Curicaca” ou pelo site: www.abdi.com.br/curicaca.
Foto: Helio Montferre/ABDI
Fonte Oficial: https://www.abdi.com.br/de-industria-a-economia-criativa-festival-curicaca-encerra-3o-dia-na-arena-brb/