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O problema do Brasil é que a produtividade não acompanha o crescimento


Segundo a especialista, falta planejamento a longo prazo para superar o problema da produtividade (Crédito: UM BRASIL)

Quando a produtividade não acompanha o crescimento, o resultado é inflação. A advertência vem da economista-chefe da Galápagos Capital, Tatiana Pinheiro. 

De acordo com a análise dos dados econômicos, não é possível afirmar que o Brasil melhorou em termos de produtividade, opina Tatiana. A economista lembra que o fator é fundamento básico para um crescimento sólido e sustentável. 

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“Se a produtividade é baixa, em algum momento, começa a gerar inflação. E, aí, para controlar isso, é preciso subir a taxa de juros, que é mais ou menos o que a gente está vendo no Brasil”, explica. 

Segundo a especialista, falta planejamento a longo prazo — envolvendo a geração de emprego e o aumento da qualidade da educação — para superar o problema da produtividade. 

Em entrevista ao Canal UM BRASIL — uma realização da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) —, Tatiana também discute o impasse fiscal no País e a situação da dívida pública. 

Impasse fiscal

  • Os buracos no teto. Na opinião de Tatiana, o governo federal não está comprometido com a austeridade fiscal. “O teto de gastos foi, em 2018, uma ótima estratégia. Ao chegar na parte da compressão, quando precisou tomar a decisão de onde alocar o orçamento, aí o governo começou a fazer um teto retrátil, a subir o teto e a fazer vários buracos”, avalia. 
  • O prazo para equalizar as contas. A economista adverte que o Brasil está atingindo um muro no corte das despesas discricionárias, que são aquelas não obrigatórias. “Cerca de 92% dos gastos são obrigatórios. Resta cerca de 8% para as discricionárias, usadas para a manutenção e a energia dos prédios públicos; para a emissão dos documentos, de passaporte; para a água, o papel. Todo o custeio da máquina. Fomos achatando isso. O limite está chegando, está muito próximo”, diz. 
  • Entraves da reforma fiscal. Hoje, para fazer um ajuste fiscal “permanente e realmente efetivo”, Tatiana lembra que é necessário “mexer na Constituição” — e esse é o imbróglio. Além disso, a decisão exige respaldo não só no Congresso e no Executivo, mas, principalmente, na sociedade. É daí que ela deve partir essencialmente, acredita Tatiana.  “Isso implica a escolha de um governo comprometido com essa pauta. A bandeira, hoje, é exatamente o aumento do gasto. É isso que a gente está acompanhando com a piora do endividamento público”, conclui. 

A economia das nações emergentes 

  • Mais dívidas, mais juros. As nações emergentes não podem ter um patamar de endividamento igual ao das economias avançadas, pondera Tatiana. A especialista lembra que, quanto mais endividado, maiores são os juros cobrados para continuar financiando a dívida do país, situação que pode sair do controle. 
  • Descompasso. “Dá para fazer um paralelo entre as contas públicas e o orçamento familiar ou de uma empresa”, explica. “Uma empresa que tenha um endividamento que cresça a taxa maior do que o faturamento, numa questão de tempo ela já não será mais viável. Isso é uma realidade para todos os emergentes”, conclui. 

Aperte o play e assista à entrevista:

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Fonte Oficial: https://www.fecomercio.com.br/noticia/o-problema-do-brasil-e-que-a-produtividade-nao-acompanha-o-crescimento

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