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Radar Legislativo da Indústria – 06 a 10 de outubro

Festival de Inovação e Tecnologia Curicaca

Inspirado na simbólica ave curicaca, que anuncia a chegada de novos tempos, o Festival Curicaca 2025 – Festival Internacional de Inovação e Sustentabilidade da Indústria ocorrerá entre os dias 7 e 11 de outubro de 2025. O evento contará com 10 trilhas de conteúdo alinhadas às missões do programa Nova Indústria Brasil (NIB), abordando temas como bioeconomia, descarbonização, soberania tecnológica, segurança alimentar, saúde, moradia e infraestrutura sustentável.

Dentro da vasta programação do festival, destaque para o painel no dia 8 de outubro, às 16h, no Palco Indústria – BNDES, intitulado “Como assegurar uma política industrial de longo prazo? Como perenizar a política industrial no Brasil?”. O Brasil enfrenta desafios estruturais na construção de uma política industrial que transcenda os ciclos políticos e gere resultados duradouros. Exemplos internacionais, como o da Inglaterra e o da Alemanha, demonstram que políticas industriais de longo prazo, com uma visão estratégica e contínua, são cruciais para um desenvolvimento econômico robusto. Este painel enfatiza a importância de um alinhamento eficaz, tanto dentro do governo quanto entre o governo e o setor produtivo. A colaboração entre esses agentes é essencial para garantir a continuidade e a sustentabilidade da política industrial e de seus instrumentos, com ênfase no Plano Mais Produção, que centraliza os recursos financeiros da Nova Indústria Brasil.

O Festival Curicaca 2025 é uma realização da ABDI com diversos parceiros, incluindo MDIC, MCTI, MEC, BNDES, CNI, Senai, Sebrae, Petrobras, FINEP, Embrapa e Embratur, além de importantes entidades do setor produtivo público e privado, centros de pesquisa, universidades e organismos internacionais. Para maiores informações acesse https://curicaca.abdi.com.br/

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Soberania digital

A Comissão de Ciência, Tecnologia e Inovação da Câmara dos Deputados realizará uma audiência pública nesta quarta-feira (8) para discutir a soberania tecnológica do Brasil e dos demais países do BRICS. O debate, solicitado pelo deputado Fausto Pinato (PP-SP), abordará a dependência tecnológica. O parlamentar destaca que o Brasil já destinou cerca de R$ 23 bilhões, entre 2014 e 2025, a contratos de softwares, serviços em nuvem e aplicações de segurança fornecidos por grandes corporações estrangeiras, as chamadas big techs. Isso, segundo Pinato, gera dependência tecnológica e vulnerabilidade na infraestrutura crítica nacional.

Comissão aprova aumento do limite máximo de ganho econômico para criador de inovação científica

A Comissão de Ciência, Tecnologia e Inovação da Câmara dos Deputados aprovou uma proposta que eleva a recompensa financeira para pesquisadores contratados por Instituições Científicas, Tecnológicas e de Inovação (ICTs). O objetivo é atrair e reter talentos no país e combater a “fuga de cérebros” para nações com condições de pesquisa mais vantajosas. O limite máximo destinado ao criador sobe de um terço dos ganhos econômicos da ICT para 50% do total. A participação mínima, prevista na Lei de Inovação, continua em 5%.

A comissão aprovou um substitutivo do relator, deputado Alex Manente (Cidadania-SP), ao  Projeto de Lei 1386/24, de autoria do deputado Maurício Carvalho (União-RO). O texto mantém o aumento da participação, mas acrescenta uma contrapartida: em projetos financiados com recursos públicos, pelo menos 10% dos ganhos econômicos obtidos pela ICT deverão ser destinados aos fundos de fomento.

Frente Parlamentar em Defesa das Terras Raras é instalada no Senado

A Frente Parlamentar em Defesa das Terras Raras Brasileiras (PRS 31/2025) foi oficialmente instalada no Senado. O grupo debaterá estratégias para a exploração sustentável de terras raras, visando garantir a soberania nacional sobre esses recursos minerais. O senador Nelsinho Trad (PSD-MS), autor da proposta de criação da frente, presidirá o colegiado. Ele defende a urgência de se propor um marco legal específico para a mineração de terras raras no país.

O argumento do Governo Federal é que, apesar do alto nível de digitalização, o Brasil ainda lida com serviços de datacenter caros e com cerca de 60% dos dados processados fora do país.

Comissão do Senado debate Estratégia Brasileira de Inteligência Artificial

A Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação e Informática do Senado Federal realizará uma audiência pública na próxima quarta-feira, 8 de outubro. O objetivo é debater a política pública “Inteligência Artificial no Brasil: Impacto das Políticas Públicas para seu Desenvolvimento e Bem-Estar da População”, com foco nas iniciativas que se destacam no âmbito da Estratégia Brasileira de Inteligência Artificial (EBIA).

Por meio do Requerimento nº 21/2025-CCT, foi convidado Bruno Jorge Soares, Analista de Produtividade e Inovação da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), estará participando como expositor da audiência pública.

Artigo

Desafios e oportunidades de desenvolvimento econômico da Margem Equatorial

Por Jorge Boeira, Analista de Inovação e Produtividade da ABDI

Nos dias 30 de setembro e 1º de outubro de 2025, participei da 4ª Edição do Seminário Economia do Mar, realizada no Sebrae Amapá, que reuniu representantes do governo, da academia, de entidades empresariais e de especialistas para debater os rumos da economia azul. Estive presente na abertura, acompanhando as falas das autoridades, e atuei como palestrante no Painel 2: Oportunidades da Economia Azul: Desenvolvimento Econômico e Empregos, mediado pelo vice-governador do Estado do Amapá, Sr. Antônio Teles Júnior. Minha contribuição partiu de uma breve reflexão sobre os desafios e oportunidades da economia azul em três eixos principais: a transição energética e o setor de petróleo, Margem Equatorial como nova fronteira de exploração e produção de petróleo e a necessidade de políticas públicas integradas para o desenvolvimento territorial.

O Analista de Inovação e Produtividade da ABDI, Jorge Boeira, participou de painel Seminário Economia do Mar, realizada no Sebrae Amapá

Inicialmente, ressaltei que as transições energéticas não ocorrem por substituição imediata das fontes, mas por longos períodos de convivência entre elas. A energia eólica e solar cresceram expressivamente nos últimos anos, mas o carvão e o petróleo seguem em patamares recordes, o que reforça a complexidade de reduzir a dependência global de fósseis. Sabe-se que a transição energética é marcada por adição de novas fontes e não por substituição instantânea, e que fatores políticos e geopolíticos, como a retomada de uma agenda focada em hidrocarbonetos nos Estados Unidos ou o ceticismo europeu em relação a políticas ambientais mais rigorosas, interferem diretamente no ritmo dessa mudança. Nesse contexto, questionei como transformar um sistema energético que ainda tem mais de 80% de sua matriz baseada em combustíveis fósseis e uma infraestrutura que ainda hoje movimenta quase 100 milhões de barris por dia!

O segundo eixo abordado foi a importância da Margem Equatorial como nova fronteira energética e produtiva do Brasil. Essa região, que envolve estados do Norte e Nordeste, já apresenta exemplos no Suriname e na Guiana, onde foram descobertas reservas superiores a 10 bilhões de barris, acompanhadas de fortes fluxos de investimentos e de desafios associados à carência de infraestrutura, de mão de obra especializada e capacidade de governança pública e privada. Entre 2015 e 2023, mais de 60 descobertas foram registradas na região, evidenciando seu potencial transformador. Ressaltei que, no Brasil, a exploração da Margem Equatorial se torna ainda mais urgente diante da perspectiva de declínio das reservas do pré-sal a partir de meados da década de 2030. Sem novas descobertas significativas, o país corre o risco de voltar a ser importador líquido de combustíveis, com impactos na inflação e na segurança energética, além de ameaçar a sobrevivência da cadeia de fornecedores da indústria de petróleo e gás. Argumentei que esse não deve ser tratado apenas como um projeto energético, mas como um projeto de desenvolvimento regional e nacional, capaz de gerar empregos, receitas e dinamizar setores produtivos locais e nacionais.

A parte central da minha fala enfatizou a necessidade de políticas públicas consistentes e de uma governança público-privada para que a exploração da Margem Equatorial se traduza em benefícios concretos. Defendi a construção de uma Agenda de Desenvolvimento Territorial (ADT), concebida de forma participativa e articulada, que organize prioridades, coordene investimentos e alinhe a atuação de governo, empresas e sociedade civil. Essa agenda deve contemplar dimensões como o ordenamento territorial e ambiental, a infraestrutura regional, o fortalecimento institucional, a qualificação da mão de obra e a dinamização da cadeia produtiva. Ressaltei que a Petrobras pode assumir papel de empresa âncora e interlocutora estratégica, mas que é fundamental mobilizar também fornecedores nacionais e internacionais. Argumentei que os investimentos previstos no setor de petróleo e gás, que somam 2,5 trilhões de reais até 2034, representam uma oportunidade única de ativar a indústria brasileira e assegurar sua competitividade futura, inclusive para construir as infraestruturas da transição energética.

Concluí destacando que o Brasil tem diante de si uma oportunidade histórica de transformar a Margem Equatorial em vetor de desenvolvimento sustentável, integrando energia, indústria, inovação e inclusão social. Esse processo não será automático e dependerá de políticas públicas robustas, governança articulada e visão estratégica de longo prazo. A economia azul pode consolidar-se como alicerce de uma nova fase de crescimento produtivo e geração de empregos no país, especialmente no Arco Norte. O desafio é garantir que o potencial energético e econômico se traduza em resultados concretos e duradouros para a sociedade brasileira.

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Radar Legislativo da indústria é uma publicação da Assessoria Legislativa da ABDI. Visa divulgar a tramitação e a discussão de proposições e leis de interesse da agência, nos plenários e comissões das Casas Legislativas. Sugestões, artigos técnicos e críticas podem ser enviados para o e-mail: [email protected]

Fonte Oficial: https://www.abdi.com.br/radar-legislativo-da-industria-06-a-10-de-outubro/

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Trump diz a Lula que Brasil e EUA se darão bem juntos