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Não estamos vivendo uma bolha da IA, apontam executivos da Nvidia e SAP

O entusiasmo com a inteligência artificial (IA) gerou um hype inquestionável da tecnologia, mas isso está longe de equivaler a uma bolha, na avaliação de executivos que atuam em companhias líderes em soluções para adoção de IA.

Durante participação na Semana Caldeira, o Head global AI Incubation da SAP, Matheus Souza, e o diretor de vendas corporativas da Nvidia, Márcio Aguiar, falaram sobre o cenário atual e futuro na adesão à tecnologia. E recomendaram que os líderes de negócios mantenham a mente aberta e façam experimentações.

A Nvidia projeta ultrapassar a marca de US$ 120 bilhões em receita com produtos ligados a data center até fevereiro, no encerramento de seu ano fiscal. “Em 2020, esse mesmo grupo de produtos chegou à marca de US$ 1 bilhão”, compara Aguiar, demonstrando o salto em faturamento com uma infraestrutura que é primordial para a adesão a IA.

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Não há bolha. Metade de vocês ainda não embarcou nessa jornada. Quando embarcarem, nossos números aumentarão”, brincou.

O crescimento acentuado da empresa revela uma tendência sem volta: a consolidação da IA como o motor tecnológico da nova economia. Outro dado que expõe essa força vem da Nvidia, que se tornou a primeira empresa do mundo a atingir a marca US$ 4 trilhões em valor de mercado.

“Nosso foco segue sendo continuar inovando. Mas, claro que isso aumentou a responsabilidade, porque a gente vê cada vez mais empresas adotando os nossos serviços de software, querendo usar mais as nossas soluções de GPU, e isso, obviamente, nos traz uma vontade de continuar atendendo a essa expectativa dos nossos clientes”, afirma Aguiar.

Na avaliação dos executivos, a adoção da IA não se restringe mais a setores tradicionais. Agronegócio, edtechs, cibersegurança e até indústrias com menor histórico digital já apresentam casos de uso relevantes, impulsionados pela maior acessibilidade das plataformas e pela necessidade de eficiência.

“O interessante é que, mesmo empresas que estão entrando um pouco mais tarde nesse momento da IA ou que são de menor porte, vão se beneficiar porque essa tecnologia é muito inclusiva”, disse Souza.

Sobre a intensidade e as aplicações, o executivo da SAP recomenda. “Não busque o cavalo mais rápido. Claro que a IA traz um ganho de produtividade e agilidade, mas, se as empresas focarem apenas nisso, vão perder a oportunidade de reimaginar processos e gerar inovação. A inteligência artificial traz a oportunidade de resolvermos problemas importantes no mundo e, na visão da SAP, é nisso também que precisamos pensar”.

Com o mercado entrando na era dos agentes de IA, já existem casos de empresas obtendo resultados nessa frente, enquanto a maior parte das organizações ainda inicia o uso da tecnologia. O head global de IA da SAP argumenta que, independentemente do momento tecnológico que o negócio está vivendo, é perceptível que, cada vez mais, a IA se integra aos processos.

A cada seis meses, mais ou menos, eu gosto de traçar um paralelo com o que eu estou fazendo agora com IA e que eu não fazia antes”, exemplifica Souza. “Está tudo muito de novo, existem muitas dúvidas, mas também existem muitos casos de uso já muito bem concretizados, bem maduros”, avalia.

Aguiar reforça que a demanda por soluções baseadas em IA segue em alta, e que o maior gargalo hoje não está na adesão, mas na formação de profissionais. “O nosso maior desafio é a falta de gente qualificada. A IA está disponível. O desafio é aplicar”, aponta.

No Brasil, a aceleração também é perceptível no número de startups que nascem com IA no centro do negócio. É o caso da gaúcha Pix Force, citada como exemplo no painel por já atuar em parceria com grandes corporações e integrar o programa de fomento da Nvidia (Inception).

O futuro, para a Nvidia, é hoje e amanhã. Se você me perguntar sobre daqui a dois anos, não sei. O que a gente está fazendo hoje, pode nos levar a descobrir amanhã uma evolução que já está sendo feita ao longo dos anos”, frisa Aguiar.

Outro ponto polêmico sobre a IA que foi derrubado ao longo da palestra é o fato de que a tecnologia vai eliminar postos de trabalho. Na visão de Souza, as soluções baseadas em IA vêm para aumentar a capacidade humana. “Aprendam a trabalhar com a inteligência artificial e olhem para ela como um colaborador virtual”, recomendou.

Os casos de uso e a evolução dos negócios na área, como atestam o desempenho operacional tanto da SAP quanto da Nvidia, evidenciam que a IA não representa uma bolha prestes a estourar. Ao contrário disso, ela está construindo as bases para os próximos saltos tecnológicos, como agentes de IA (já com grande adesão), inteligência artificial geral (AIG) e computação quântica.

Fonte Oficial: https://www.jornaldocomercio.com/colunas/mercado-digital/2025/10/1220639-nao-estamos-vivendo-uma-bolha-da-ia-apontam-executivos-da-nvidia-e-sap.html

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