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O Brasil precisa de um pacto nacional pela Educação


Na conversa, Ribeiro aborda também o problema da privação de sono no País (Crédito: UM BRASIL)

O Brasil precisa depositar uma “intenção revolucionária” na Educação. É o que defende o neurocientista Sidarta Ribeiro, professor na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e pesquisador no Centro de Estudos Estratégicos da Fiocruz (CEE-Fiocruz).

“Se conseguirmos, de maneira consistente, oferecer Educação de ótima qualidade para todo mundo, daremos um grande salto”, explica. Para Ribeiro, é a escola a instituição capaz de “equalizar oportunidades” no País. Por isso, a sua valorização (e a do corpo docente) é fundamental e estratégica. 

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O professor ressalta a importância de o Brasil construir um “grande pacto nacional pela Educação”. “Isso está ao alcance das nossas mãos e, para isso, todos e todas precisamos contribuir”, diz. 

Em entrevista ao Canal UM BRASIL — uma realização da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) —, o neurocientista reflete sobre as soluções para a construção de um outro futuro nacional, as quais passam pelo sonho — e pelo sono. 

Um Brasil em descompasso

  • Fé e práticas. Ribeiro acredita que um dos principais desafios do Brasil é o desalinhamento entre a fé professada e a prática das pessoas. “Vivemos em uma nação onde 90% das pessoas se declaram cristãs e, portanto, deveriam aderir aos preceitos do Evangelho, de partilha, compaixão, amor, solidariedade. Mas isso não acontece de fato”, reflete. 
  • Desacerto. Na opinião do professor, as precariedades social e econômica em que vive grande parte da população são sinais de “grande desacerto”. Enquanto a elite professa a “adoração ao deus do dinheiro” — inclusive tecendo esforços para pagar menos impostos que a maior parte da população —, o povo empobrecido passa fome, sofre de insegurança alimentar e lida com trabalhos precários e jornadas exaustivas, explica o professor. 
  • Sonhar é o primeiro passo. “Por que, num país com tantas riquezas naturais, humanas e culturais, a gente não consegue compartilhar todos esses benefícios?” Ribeiro destaca que a resposta para esse questionamento está ligada ao “massacre do mundo interno, do imaginário”. “A gente precisa ‘reflorestar’ as nossas mentes, que estão muito desertificadas nessa adoração ao dinheiro. O que a gente realmente precisa para viver bem é de amor, partilha, conforto e acolhimento”, conclui. 

Os males da privação do sono (e do sonho)

  • Reconquistar a capacidade de sonhar. O País, que já foi capaz de sonhar coisas muito relevantes e transformadoras no passado — como um sistema universal de Saúde, o SUS —, hoje, precisa se conectar com novos sonhos, como a melhoria educacional e uma política de expansão do salário mínimo, que podem garantir avanços na qualidade de vida, diz Ribeiro. “Precisamos nos envolver com as crianças, com os mais velhos, com os nossos biomas, com a vida.” 
  • Quem dorme pouco, sonha pouco. Ribeiro lembra que há, também, uma relação direta entre as privações do sonho e do sono. O Brasil tem hábitos ruins de sono que podem levar a uma menor qualidade de vida e ao desenvolvimento de doenças. “Uma pessoa que dorme mal tem menos capacidade de aprender, de resgatar o que já sabe, além de uma péssima regulação emocional, fica irritadiça. Vira uma bola de neve”, observa.
  • Efeitos perversos. Em médio e longo prazos, Ribeiro cita consequências e prejuízos profundos na saúde. “Estamos falando de diabetes, doenças cardiovasculares, obesidade, depressão, ansiedade. E, no longo prazo, o Alzheimer”, elenca. De acordo com o especialista, o sono é responsável por desintoxicar o cérebro das proteínas malformadas que, eventualmente, quando acumuladas, podem ser catalisadoras da doença. 
  • Um pacto pelo bem-estar. O problema é que a nossa sociedade, a essa altura, está totalmente construída em torno do dormir mal, lembra o neurocientista. “A luz elétrica, o rádio, a televisão e a internet invadiram a noite. As pessoas têm a sensação de que precisam ficar acordadas até a exaustão, seja para trabalharem mais, seja para poderem espairecer”, explica. “Precisamos fazer um pacto pelos elementos fundamentais da saúde. Sono de boa qualidade, comida de verdade e exercício físico diariamente. São três pilares da saúde que estão sendo negligenciados”, conclui.

Assista ao debate na íntegra.

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Fonte Oficial: https://www.fecomercio.com.br/noticia/o-brasil-precisa-de-um-pacto-nacional-pela-educacao

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