Contadores opinam sobre o impacto da reforma tributária na contabilidade em nova pesquisa

Em parceria com a Folha de S. Paulo, a IOB, empresa que une Inteligência em legislação e Tecnologia avançada para resolver os desafios de contadores e empresas, acaba de lançar a segunda edição da pesquisa ‘A opinião dos contadores brasileiros sobre a Reforma Tributária’. 

O levantamento deste ano revela que os contadores continuam com opiniões divididas em relação a Reforma Tributária. Em 2025, 46% enxergam positivas as mudanças por representar o início da correção de distorções tributárias existentes ou por acreditarem na simplificação dos impostos. Em 2024, 40,8% dos entrevistados enxergavam como positiva a nova legislação.

“A pesquisa que realizamos é bastante valiosa para identificar a percepção do profissional que será impactado com as mudanças para atender os seus clientes, empresas de diversos portes e setores. Realizamos o levantamento com o objetivo de entender as preocupações e as perspectivas desses profissionais para, com isso, podermos apoiá-los da melhor forma na implementação da nova legislação, seja por meio de suporte customizado ou soluções inovadoras”, afirma Sérgio Approbato, diretor de Negócios da IOB.

Outro dado que chama atenção é que 60% dos contadores afirmam estar em fase inicial de preparação ou ainda precisam se aprofundar mais sobre o tema. Enquanto 40% dizem já estar se atualizando sobre as mudanças, que estão a caminho.  

Para Approbato, os resultados da pesquisa mostram que “é urgente a necessidade de os profissionais de contabilidade fazerem uma profunda imersão na Reforma Tributária, na medida que já estamos a menos de seis meses do início das primeiras mudanças, com a fase de testes que começa em 2026.”  

Destalhes do estudo

Opinião dos contadores sobre a Reforma Tributária

Os contadores continuam com opiniões divididas em relação a Reforma. Em 2025, 46% percebem aspectos positivos pela simplificação dos impostos e o passo inicial para resolver distorções tributárias. Em 2024, 40,8% dos entrevistados afirmavam ter uma visão mais positiva.

Agora na segunda edição da pesquisa, 54% expressam visões contrárias, destacando a alta carga tributária, pelo fato de que os impostos devem se manter parecidos com os atuais, além do aumento da complexidade do sistema tributário. Em 2024, 47,7% enxergavam a Reforma como negativa pelos mesmos motivos.

Concordância com as mudanças

A principal mudança proposta pela Reforma Tributária é a implementação do IVA, composto pelos novos tributos CBS e IBS, que passarão a ser recolhidos nas operações sobre o consumo de bens e serviços no local de destino, e não mais na origem. Questionados sobre o tema, na segunda edição da pesquisa, 71% dos entrevistados disseram concordar com essa mudança, enquanto 29% se posicionaram contra. Em 2024, 54% concordavam a implementação do IVA e 31% eram contrários a implementação do IVA. Outros 15% não souberam opinar.

Maior equidade na distribuição de carga tributária

Quando questionados sobre a possibilidade de a Reforma Tributária promover maior equidade na distribuição da carga tributária entre os setores econômicos, 32% dos entrevistados disseram não concordar com essa ideia – uma queda relevante com relação em 2024, quando este número era de 48,9%. 29% concordam com a redistribuição, contra 15,4% de 2024. Outros 23% adotaram uma postura neutra e 16% afirmaram não saber opinar. Em 2024, respectivamente, eram 18% neutros e 17,5% que não souberam opinar.

Reequilíbrio da arrecadação de tributos

A Reforma Tributária prevê a cobrança de tributos, com algumas alíquotas reduzidas, sobre bens e serviços que antes não eram tributados para reequilibrar a arrecadação. Quando perguntados se consideram essa medida justa, 55% afirmam que sim e 45% são contra esse reequilíbrio da cobrança dos tributos.  

Em 2024, apenas 26% disseram ser justa, 59% injusta e 15% não sabiam opinar.

Alíquota reduzida em 30% para serviços contábeis

Com a Reforma Tributária, os contadores passam a ser tributados na prestação de serviço com a alíquota reduzida em 30%. Quando solicitados para avaliar essa medida, 53% dos entrevistados ainda têm dúvidas sobre como ela impactará a tributação sobre os serviços contábeis, ao passo que 29% consideram a mudança injusta e 18% a consideram adequada. Em 2024, 26% dos contadores consideravam justa, enquanto 58,6% não concordavam com a medida. 15,4% não souberam opinar sobre o tema.

Transparência e previsibilidade propostas pela Reforma Tributária

No mesmo ritmo de 2024, a segunda edição da pesquisa apontou que a falta de transparência e previsibilidade continua sendo uma preocupação entre os profissionais contábeis: em 2025, 23% dos contadores consideram o sistema tributário proposto transparente e previsível, um aumento em relação ao ano anterior, quando esse índice era de 12,7%. Ainda assim, 46% avaliam o sistema como pouco transparente e previsível – em 2024, eram 51,7% -, enquanto 31% adotam uma posição neutra. Na primeira edição da pesquisa, neutros somavam 19,3% e os que não souberam opinar eram 10,9%.

 Aumento na arrecadação do Governo

A maioria dos entrevistados (82%) acredita que a Reforma Tributária resultará em aumento da arrecadação do governo, o que representa um aumento em relação a 2024, quando 74% compartilhavam dessa visão. Nessa segunda edição, 14% adotaram uma postura neutra e apenas 4% afirmaram não acreditar nesse impacto. No levantamento anterior, os neutros representavam 6,6%, os que não souberam opinar somavam 7,9% e os que discordavam totalizavam 11,5%.

Demandas por serviços contábeis

Para 82% dos entrevistados, a Reforma Tributária deve aumentar a demanda por serviços de contabilidade, um número significativamente maior em comparação com 2024, quando esse percentual era de 59,5%. Por outro lado, 8% acreditam que não haverá aumento na demanda. Na edição anterior da pesquisa, 29% não acreditavam no aumento da demanda e 11,5% não souberam opinar.

Preços dos serviços de contabilidade

53% acreditam que o preço dos serviços de contabilidade deve aumentar com a implementação da Reforma Tributária, um aumento significativo com relação a edição de 2024, quando 37,2% acreditavam no aumento dos preços. Outros 28% adotam uma posição neutra e 19% consideram que não haverá aumento nos preços. Na primeira edição da pesquisa, 37,8% ficaram neutros nas respostas e 12,7% não souberam opinar.   

Preparação para a Reforma Tributária

Quando questionados sobre a preparação para lidar com as mudanças tributárias em andamento, 42% dos entrevistados afirmaram estar se atualizando por meio de cursos, conteúdos e treinamentos. Outros 41% estão na fase inicial de preparação, enquanto 18% reconhecem que ainda precisam se aprofundar mais no assunto.

 Perfil dos entrevistados

 Profissional que respondeu a pesquisa (função)

	2024	2025
Proprietário	48%	49%
Diretor	4%	5%
Gerente	27%	20%
Analista	21%	26%

 

 Tipo de empresa contábil (por faturamento)

	2024	2025
MEI e Microempresa	46%	50%
Pequena Empresa	27%	28%
Média Empresa	18%	13%
Grande Empresa	9%	9%

 

Porte da empresa (número de empregados)

	2024	2025
Até 20	67,4%	74%
21 a 50	11,2%	11%
51 a 100	5,1%	5%
101 ou mais	16,3%	10%

 

 Fonte: Folha de S. Paulo e IOB