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a Reforma Tributária e a transformação do profissional contábil

A contabilidade contemporânea transcendeu sua função tradicional de mero registro histórico de transações financeiras, evoluindo para um sistema de informação estratégico essencial para a gestão de riscos, o cumprimento regulatório e o suporte à tomada de decisões empresariais. Essa evolução é impulsionada pela integração de tecnologias avançadas, com destaque para os sistemas de Planejamento de Recursos Empresariais (ERP — Enterprise Resource Planning), que atuam como plataformas centralizadoras de dados e processos operacionais. No contexto brasileiro, marcado por uma das legislações tributárias mais complexas do mundo, os ERPs não apenas facilitam o cumprimento de obrigações acessórias, mas também posicionam a contabilidade como o “funil” central que recebe e processa informações de todos os departamentos, transformando dados operacionais em análises de alto valor.

A relevância desse tema se acentua com a implementação da Reforma Tributária, aprovada pela Emenda Constitucional nº 132/2023, que introduz um período de transição entre 2026 e 2032. Durante essa fase, as empresas precisarão gerenciar simultaneamente o sistema tributário atual (baseado em ICMS, ISS, IPI, PIS e COFINS) e o novo regime, centrado no Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e na Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS). Essa dualidade demandará adaptações significativas nos ERPs, incluindo parametrizações precisas para evitar inconsistências e garantir conformidade com obrigações acessórias como a Escrituração Contábil Digital (ECD), Escrituração Contábil Fiscal (ECF), Escrituração Fiscal Digital de Contribuições (EFD-Contribuições) e outras declarações eletrônicas.

No contexto brasileiro, onde a contabilidade tradicionalmente se concentra no cumprimento das complexas obrigações tributárias e acessórias, os ERPs representam uma oportunidade de transformação para além do compliance fiscal. Para as pequenas e médias empresas de serviços e comércio – que constituem a espinha dorsal da economia nacional e são os principais geradores de emprego – esses sistemas podem eliminar o retrabalho através da integração entre módulos operacionais e contábeis. Essa integração permite que os contadores transcendam as tarefas repetitivas de apuração tributária e migrem para análises estratégicas que agregam valor real ao negócio. Com a incorporação de Inteligência Artificial, os ERPs possibilitam a geração automática de indicadores financeiros e tributários, eliminando a necessidade de ferramentas ou planilhas satélites que tradicionalmente fragmentam a informação. Essa automação inteligente transforma o contador em um intérprete forte e preciso para stakeholders, fornecendo insights acionáveis com capacidade preditiva e agilidade na tomada de decisões. O profissional contábil evolui de executor de obrigações para consultor estratégico, capaz de antecipar cenários, identificar oportunidades e orientar decisões empresariais com base em dados integrados e análises em tempo real. Contudo, essa evolução exige uma parametrização inicial robusta que considere tanto as especificidades tributárias brasileiras quanto as necessidades operacionais de cada segmento empresarial.

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Sem uma linguagem única entre departamentos – onde cada gestor adota padrões próprios –, surgem inconsistências, retrabalhos e elevação de custos de implantação. Como a contabilidade é o funil que consolida dados para obrigações como ECD e ECF (que já impõem um plano de contas padrão), os gestores devem priorizar alinhamentos que minimizem investimentos e acelerem a implantação do ERP.

Este artigo objetiva explorar a sinergia entre ERPs e contabilidade, com ênfase em tributos, obrigações acessórias e o impacto da Reforma Tributária. Além disso, discute tendências inovadoras como Inteligência Artificial (IA), ERPs componíveis, relatórios de sustentabilidade (ESG) e cibersegurança, incorporando a importância da parametrização contábil para otimizar processos e a geração automática de indicadores financeiros.

Dos Objetivos Específicos:

  1. Analisar o ERP como integrador de informações contábeis e fiscais, destacando a contabilidade como funil central.
  2. Avaliar como os ERPs facilitam o cumprimento eficiente de obrigações acessórias, evitando retrabalho.
  3. Examinar os impactos da Reforma Tributária na escrituração digital e a necessidade de novas obrigações.
  4. Explorar tendências emergentes que elevam a contabilidade a um papel estratégico, incluindo a IA na geração de indicadores.
  5. Detalhar a parametrização contábil no ERP, enfatizando a adoção de uma linguagem única para reduzir custos e inconsistências.

Este estudo baseia-se em referências teóricas, casos práticos e evidências empíricas, visando fornecer insights para profissionais contábeis, gestores e desenvolvedores de sistemas ERP. Que todos os departamentos, tais como Folha de Pagamento, Estoque e Faturamento, parametrizados corretamente, se transformem em valores contábeis confiáveis, evitando retrabalho.



Fonte Oficial: https://www.contabeis.com.br/artigos/72867/contabilidade-e-erps-a-reforma-tributaria-e-a-transformacao-do-profissional-contabil/

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