Chefia capta R$ 1 milhão e quer lançar soluções financeiras

O Chefia, plataforma que conecta empreendedores da alimentação a uma jornada completa de crescimento por meio de educação, ferramentas e benefícios, anunciou a conclusão de uma rodada de investimento no valor de R$1 milhão. A captação foi liderada pelo Investidores.vc, com um aporte de R$900 mil, e contou com a contribuição de R$100 mil da Anjos do Brasil. Este novo capital marca o início de uma fase de expansão acelerada para a startup, que já se posiciona como forte candidata a se tornar a plataforma central do food service no Brasil. 

Com a entrada do investimento e a nova estrutura, a startup mira uma base de mais de 200 mil empreendedores e 500 mil profissionais do food service até o final de 2026, tornando-se o maior ativo estratégico do setor no país.

Atualmente, o Chefia já mobiliza mais de R$200 milhões por mês em Custo de Mercadoria Vendida (CMV) através de sua base de 60 mil empreendedores, operando em um modelo freemium que oferece desde planos gratuitos até assinaturas com um “arsenal” de recursos.  Fundada por Pedro Pontes, que atua como CEO da startup atualmente, a Chefia nasceu a partir das dificuldades enfrentadas por donos de restaurantes no Brasil, setor com índices elevados de mortalidade de negócios. “A gente surgiu muito da dor do empreendedor solitário, despreparado, números alarmantes aí no mercado de fechamento. Então, chegando a 70% em menos de dois anos que fecham as portas. Eu costumo até brincar que se você quiser ser médico, você faz medicina, engenharia, você cursa engenharia. Se abrir uma pizzaria, você se vira”, afirma Pontes.

“O investimento acelera nossa capacidade de escalar e, principalmente, ativar a base que já conquistamos, criando a maior comunidade de empreendedores da alimentação do país. Vamos seguir com um time estratégico e enxuto, focados em crescimento, conversão e aumento de receita. Nosso objetivo é claro: nos tornarmos a plataforma central do food service no Brasil, dominando não só a camada de educação, mas também finanças, compras, marketing e dados”, afirma Pontes, fundador e CEO do Chefia.

Chefia quer fintechizar operação

Um dos movimentos estratégicos mais significativos do Chefia é o planejado lançamento do Chefia Bank, uma fintech concebida para “financeirizar” a operação dos donos de restaurantes. Esta nova solução, mapeada há cerca de um ano, combinará educação financeira, ferramentas práticas e benefícios. O Chefia Bank visa oferecer um leque de serviços financeiros, incluindo empréstimos, antecipação de recebíveis e acesso a crédito facilitado, além de contas PJ focadas no setor. A carência no setor é tão grande que apenas ter uma conta PJ especializada já seria um diferencial.

“Queremos que, em poucos anos, falar em ‘ser dono de restaurante’ seja automaticamente falar em Chefia. Assim como o varejo tem o Mercado Livre e a mobilidade tem o Uber, o food service precisa de uma plataforma central, e estamos prontos para ocupar esse espaço”, projeta Pontes.

Embora o investimento atual não seja diretamente para o Chefia Bank, ele serve para acelerar a tração, crescer e consolidar a base, preparando-a para um lançamento robusto da fintech.

Amure Pinho, fundador do Investidores.vc, considera o Chefia um dos movimentos mais promissores no mercado de alimentação, destacando a proposta de valor inédita. Ele elogia a combinação de educação, comunidade, dados e tecnologia em um modelo altamente escalável e a visão ambiciosa do time.

“O Chefia está criando uma proposta de valor inédita no setor de food service, combinando educação, comunidade, dados e tecnologia em um modelo altamente escalável. O time tem uma visão ambiciosa e bem estruturada do que querem construir, e já mostram tração real em um mercado gigante. Estamos muito empolgados com o potencial da plataforma e confiantes de que o Chefia será a principal referência para quem empreende na alimentação”, destaca Amure Pinho.

Pinho ressalta que o mercado de restaurantes é imenso e que o Chefia atende a uma necessidade crucial do empreendedor que, embora apaixonado pela comida, precisa se tornar mais estratégico para prosperar. O alto engajamento e a recorrência dos usuários foram métricas decisivas para o investimento. ”Minha pergunta para o investidor era, ‘o que a chefia está construindo faz o empreendedor voltar, ficar, se apaixonar?’ Porque empreender é falar ‘eu confio, a Chefia é o meu Trust Advisor’. E eles tinham engajamento, cohort retention, usuários ativos, taxa de retorno. Vimos uma taxa muito alta de usuários ativos e de usuários cadastrados ativos. Ou seja, a relação entre os usuários totais e a base que voltava para continuar usando era muito alta.”

Crescimento e projeções para 2026

Nos próximos meses, o Chefia focará no crescimento massivo da base de usuários, no fortalecimento do relacionamento com marcas e indústria, e no desenvolvimento de novas frentes tecnológicas. A startup tem como meta ambiciosa se tornar o maior ativo estratégico do setor no país. A plataforma já oferece conteúdos para a formação de gerentes e garçons, reconhecendo o food service como o segundo maior empregador do Brasil, com mais de 9 milhões de pessoas, buscando amparar também esses profissionais que sofrem com falta de preparo e oportunidades.

Pedro Pontes destaca que o setor de food service é resiliente e está vivendo um momento de aquecimento, com a chegada de novos players e a evolução do delivery.

“É um momento realmente muito, muito interessante e o empreendedor só tem a ganhar com isso”, conclui Pedro Pontes.

Amure Pinho complementa, afirmando que o empreendedorismo no Brasil “não é para amadores”, exigindo adaptabilidade a um ambiente ruidoso, mas repleto de oportunidades, especialmente com a inovação impulsionada pela Inteligência Artificial.

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