Pelo menos 40% das empresas brasileiras já utilizam inteligência artificial em seus negócios, índice próximo ao de mercados europeus, aponta o estudo Desbloqueando o Potencial da IA no Brasil.
Encomendado pela Amazon Web Services (AWS) à Strand Partners, a pesquisa reforça que o país ocupa posição de destaque entre latino-americanos, mas ainda precisa aprofundar o uso da tecnologia para atingir todo o seu potencial inovador.
O impacto da IA nas empresas brasileiras é expressivo: 95% das organizações que já adotam a tecnologia registraram crescimento de receita, com aumento médio de 31%. Além disso, 85% esperam reduzir custos com IA, combinando crescimento com ganhos de eficiência operacional, e 89% dos líderes projetam aceleração de crescimento no próximo ano.
“Somente no ano passado, duas milhões de empresas começaram a usar IA, mais de três por minuto. A adoção é mais rápida que a da nuvem e supera até a dos celulares nos anos 2000”, comentou o diretor-geral da AWS no Brasil, Cleber Morais, durante o AWS Summit São Paulo.
No entanto, o país ainda está em estágios variados de maturidade na aplicação da IA: 62% das empresas usam a tecnologia de forma básica, 26% no intermediário e apenas 12% no nível transformador – capaz de reinventar produtos, serviços e estabelecer novos padrões competitivos.
Para a AWS, ajudar empresas brasileiras a aprimorar o seu processo de adoção de IA é prioridade, com foco em estratégias de dados bem estruturadas que garantam uma jornada eficaz.
Atualmente, 53% das startups já incorporam IA em seus modelos de negócio; no uso avançado, a média nacional é de 12%, contra 19% das grandes corporações e 29% das startups.
A pesquisa também aponta barreiras para avançar nesse cenário. Apenas um terço das empresas está familiarizado com os debates sobre regulação de IA, e 45% acreditam que a regulamentação pode gerar maior confiança entre clientes. Entre as principais preocupações estão o aumento dos custos regulatórios (42%) e a falta de segurança jurídica (35%). Além disso, 40% citam os custos iniciais como barreiras à adoção.
O estudo ouviu 1 mil líderes de negócios e 1 mil cidadãos no Brasil.