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como fortalecer quem faz ciência no Brasil

*Por Ana Calçado

Falar de ciência no Brasil é, antes de tudo, reconhecer a força de quem escolhe pesquisar em meio a tantos desafios. Mas também é perceber como esse caminho tem se ampliado e ganhado novos contornos. Há duas décadas acompanhando pesquisadores e centros de pesquisa que buscam transformar suas descobertas em algo que alcance a sociedade, vejo surgir um movimento cada vez mais maduro.

De um lado, temos dados que chamam a atenção: o Brasil já ocupa o 13º lugar entre os países que mais publicam artigos científicos no mundo. E, recentemente, avançou também no Global Innovation Index, subindo cinco posições e alcançando o 49º lugar entre 132 economias avaliadas. Isso mostra um ambiente que se torna cada vez mais favorável para a inovação.

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Temos acompanhado cientistas que se abrem para pensar em impacto, que buscam entender o mercado sem perder o rigor acadêmico, e que começam a enxergar seus projetos não apenas como teses, mas como possibilidades reais de resolver problemas urgentes, da saúde ao meio ambiente.

Por outro lado, seguimos enfrentando um hiato grande entre a produção de conhecimento e a sua transformação em soluções que cheguem ao mercado. Esse “vale da morte” entre pesquisa e aplicação prática não é uma expressão abstrata, ele aparece nas soluções que não conseguem recursos para escalar, nas tecnologias que param antes da validação e no potencial que fica só no papel.

Mais do que nunca, o desenvolvimento do Brasil depende de fortalecer o pesquisador como alguém capaz de liderar inovações. Isso significa criar oportunidades para que desenvolvam um olhar empreendedor, mas também garantir que existam condições, financiamento, redes de colaboração, espaço para testar e para que essas ideias floresçam.

É nisso que acredito e é para isso que trabalhamos diariamente: para que a ciência brasileira possa sair dos muros da academia e se tornar ainda mais presente na vida das pessoas.

Ok, mas na prática, o que podemos fazer?

Na Wylinka, por exemplo, trabalhamos justamente nessa interseção: ciência, tecnologia e inovação. Em mais de uma década de atuação, já atuamos em mais de 400 iniciativas que conectam pesquisadores a investidores, empresas e agentes do ecossistema de inovação. Trabalhamos com metodologia própria, articulação e muito know how em deep tech para ver esse movimento acontecer.

É preciso criar mais mecanismos de financiamento para inovações de base científica em estágio inicial. Muitas ideias promissoras morrem por falta de recursos para fazerem as primeiras provas de conceito, validar o mercado ou mesmo para proteger a propriedade intelectual.

Precisamos fomentar o que na Wylinka chamamos de “mindset de impacto”. É fundamental que os pesquisadores percebam que suas descobertas têm valor não só acadêmico, mas também social e econômico. O impacto que buscamos não é apenas o da publicação, mas o da transformação na vida das pessoas.

Estamos falando de soluções para saúde, energia, meio ambiente, agricultura, tecnologias digitais, entre tantas outras áreas estratégicas. E temos exemplos concretos de que isso é possível. Vemos pesquisadores se tornarem empreendedores, investidores apostando em tecnologias que nasceram dentro de laboratórios brasileiros, e spin-offs de universidades ganharem escala.

Por fim, ressalto que o futuro da inovação científica no Brasil é promissor, mas ele depende de uma decisão coletiva: queremos ou não transformar conhecimento em inovação? Se a resposta for sim, então está na hora de fortalecer, valorizar e empoderar ainda mais os nossos cientistas inovadores. Sigo comprometida em fazer essa ponte acontecer.


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Fonte Oficial: https://startupi.com.br/como-fortalecer-quem-faz-ciencia-no-brasil/

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