O Dia do Advogado, celebrado em 11 de agosto, destaca também o impacto crescente da tecnologia na prática jurídica. O mercado global de legaltechs, empresas que digitalizam e simplificam serviços jurídicos, deve alcançar US$ 29,6 bilhões em 2024 e projetar crescimento para US$ 68 bilhões até 2034, segundo o Future Market Insights. No Brasil, esse segmento ganha força desde a fundação da Associação Brasileira de Lawtechs e Legaltechs (AB2L), em 2017, com expansão de mais de 300% no número de startups associadas.
Essas iniciativas buscam aproximar cidadãos, escritórios e empresas, oferecendo ferramentas digitais para gestão, automação e análise jurídica. Para Jairo C. Lamatina, fundador da Defendy, a transformação é estrutural: “A tecnologia está mudando o papel do advogado e aproximando o cidadão comum da Justiça. Quando uma pessoa resolve seu problema jurídico de forma rápida e segura pelo celular, o direito se torna mais acessível”.
Entre as soluções em operação no país, seis legaltechs ilustram diferentes aplicações da tecnologia no setor:
Defendy — Acesso à Justiça e inclusão social
A plataforma conecta cidadãos das classes C, D e E a advogados verificados. Utiliza inteligência artificial para interpretar a demanda e direcionar ao profissional adequado, oferecendo suporte desde a triagem até a primeira consulta. O modelo busca atender milhões de brasileiros sem orientação jurídica regular.
Legalcloud — Produtividade e gestão processual
Ferramenta voltada para advogados e escritórios, centraliza prazos e processos. Automatiza tarefas e monitora andamentos judiciais, evitando perda de prazos e otimizando fluxos de trabalho. Conta com reconhecimento por diferentes seccionais da OAB e é usada por milhares de profissionais em todo o país.
Docket Brasil — Automação documental e due diligence
A solução organiza a obtenção de documentos e certidões para empresas e escritórios, reduzindo burocracia. Agiliza operações corporativas e procedimentos de verificação que antes demandavam semanas, impactando custos e tempo de tramitação.
DataLawyer — Jurimetria e análise de dados
Plataforma que utiliza inteligência artificial para examinar decisões judiciais e prever tendências em disputas trabalhistas e federais. Permite que advogados e departamentos jurídicos baseiem decisões em dados históricos e estatísticas, ampliando previsibilidade em estratégias processuais.
Escavador — Pesquisa jurídica e monitoramento
Serviço que disponibiliza informações de processos, perfis acadêmicos e empresariais, com integração a tribunais e Diários Oficiais. Disponibiliza API para consultas automatizadas e é amplamente usado por jornalistas, empresas e escritórios que precisam acompanhar processos ou investigar dados jurídicos.
Juridoc — Automação de documentos jurídicos
Plataforma que possibilita a geração de contratos e documentos personalizados de forma digital. Utiliza inteligência artificial em parceria com o IBM Watson, oferecendo opção de elaboração sem acompanhamento contínuo, voltada a pequenas e médias empresas que precisam controlar custos e agilizar operações.
O avanço dessas ferramentas reflete mudanças no perfil da advocacia e no acesso à Justiça. No campo social, iniciativas como a Defendy têm potencial de atingir populações que enfrentam barreiras geográficas, econômicas e de informação. No segmento corporativo, soluções como Docket Brasil e DataLawyer respondem à demanda por eficiência e gestão baseada em dados.
A integração entre tecnologia e direito também cria desafios regulatórios. No Brasil, a OAB mantém diretrizes para atuação digital, e startups do setor adaptam suas operações para garantir conformidade. Esse movimento tende a evoluir à medida que cresce a digitalização de serviços públicos e a interoperabilidade de sistemas judiciais.
A Defendy, por exemplo, opera com foco no cumprimento de normas, oferecendo um fluxo que vai da análise do caso ao agendamento da primeira consulta. Fundada por Jairo C. Lamatina, advogado com experiência internacional em escritórios globais e formação em instituições como Vanderbilt University, George Washington University e London School of Economics, a startup foi concebida para democratizar o acesso a serviços jurídicos no país.
A tendência indica que o setor jurídico brasileiro continuará incorporando soluções de automação, inteligência artificial e análise de dados nos próximos anos. A expectativa é de que, além de ampliar o alcance da advocacia, essas tecnologias melhorem a qualidade da prestação de serviços e reduzam gargalos históricos.
No cenário global, a consolidação das legaltechs acompanha transformações em outros segmentos, como fintechs e healthtechs, que também surgiram para digitalizar setores tradicionais. No Brasil, o crescimento acelerado de startups jurídicas mostra que a demanda por soluções digitais é sólida e tende a aumentar, especialmente diante da complexidade regulatória e do volume de processos em tramitação no país.
Assim, a comemoração do Dia do Advogado se soma a um momento de adaptação e expansão para a profissão. Entre oportunidades e novos modelos de trabalho, a tecnologia assume papel central na redefinição das práticas jurídicas, conectando mais pessoas, simplificando procedimentos e moldando um ecossistema jurídico mais integrado.
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Fonte Oficial: https://startupi.com.br/legaltechs-brasileiras-expandem-solucoes-digitais/