Especializada em soluções tecnológicas, a A2B Industrial acaba de lançar o projeto “Robotizar a Indústria”, que promete modernizar o setor produtivo por meio da locação de robôs para empresas de médio e grande porte. Com potencial de movimentar até R$1 bilhão de um fundo de investimento privado para construir as máquinas, a iniciativa pode reduzir custos e gerar impacto social nas empresas.
A construção dos robôs que serão alugados é feita de acordo com as necessidades específicas da empresa interessada no serviço. Assim, o projeto pode envolver diferentes tipos de máquinas, desde braços robóticos até sistemas de transporte autônomo. O prazo médio entre a assinatura do contrato e o início da operação das máquinas é de 120 dias.
O projeto não só contribui para a modernização do setor industrial como prevê a geração de 200 vagas diretas e indiretas de emprego. Além disso, a A2B Industrial irá desenvolver, em parceria com escolas públicas, um programa social que oferece a estudantes com bom desempenho e interesse em tecnologia a formação gratuita na área de automação, para que aprendam a construir e elaborar projetos.
No Com a Palavra desta semana, o Empresas & Negócios conversou com o CEO da A2B Industrial, Moisés Maciel, que detalhou o projeto “Robotizar a Indústria” e esclareceu os planos futuros da empresa.
Empresas & Negócios – O que é o projeto “Robotizar a Indústria”?
Moisés Maciel – É uma iniciativa que busca incentivar a modernização e o desenvolvimento da indústria nacional brasileira, em especial a do Rio Grande do Sul, através da construção e locação de robôs para empresas. O projeto pretende automatizar processos industriais, o que pode aumentar a produtividade das empresas, em um cenário internacional em que muitas vezes acabamos perdendo algumas posições por não sermos tão bons produtores como outros países.
E&N – O projeto tem o potencial de movimentar até R$1 bilhão. De onde vem e como será aplicada essa quantia?
Maciel – Esse dinheiro é um recurso que tivemos acesso através de um fundo de investimento privado. Então, não é um valor que foi aportado no caixa da empresa, mas uma linha de crédito disponibilizada para que a nossa empresa pudesse financiar robôs para as indústrias que muitas vezes não têm acesso a esse tipo de recurso. Se a indústria ou empresa estiver vinculada a uma prática consistente de ESG (Environmental, Social and Governance), a A2B Industrial consegue operacionalizar muito mais rapidamente o recurso necessário.
E&N – Quais ações estão sendo realizadas?
Maciel – Estamos trabalhando com uma empresa de suco de laranja que está construindo uma nova fábrica no Estado, na encosta do Rio Uruguai, que vai receber os robôs que estão sendo construídos. Depois de ficar pronta, a nova indústria já vai trabalhar de forma totalmente robotizada. Os recursos do fundo de investimento privado não financiam a obra física do prédio e das instalações, só a construção dos robôs. Temos um outro cliente que está orçando conosco a aquisição de 10 células de solda, que são robôs que fazem soldas muito específicas e milimétricas, com mais qualidade de precisão e de entrega do que uma operação manual. Também tem um projeto que está sendo desenvolvido junto com uma empresa nacional do varejo, que quer construir, até o final de 2026, pelo menos 100 eletropostos em suas operações em todo o País.
E&N – A A2B Industrial acredita que as máquinas devem atender às necessidades específicas de cada cliente. Como é feita a elaboração dos diferentes projetos?
Maciel – A empresa tem uma equipe de projeto que vai até as indústrias e conversa com um grupo que vai responder tecnicamente por essa demanda. As duas equipes se mantêm em contato para pensar as partes do processo produtivo onde a robotização deve acontecer. Desse brainstorm nasce o projeto. Depois da validação feita pelo cliente de todo o projeto, desde a entrada da primeira matéria-prima até a saída do produto, nós assinamos o contrato e partimos para a execução.
E&N – Onde são construídos os robôs?
Maciel – A empresa tem alguns parceiros para viabilizar a construção dos robôs, como a Minipa e a Mitsubishi. Mas obviamente que, dependendo da necessidade do cliente e das particularidades de cada projeto, nós precisamos recorrer a outras marcas fabricantes.
E&N – Quanto tempo leva para construir?
Maciel – Depende muito de cada projeto. Se for algo mais tranquilo, como uma célula de solda, conseguimos fazer em até 60 dias a entrega do robô. Outros projetos, como o da indústria de suco, talvez levem entre 120 e 150 dias para finalização. No caso da empresa de suco de laranja, a entrega das máquinas também depende do estágio de construção do prédio onde será instalada a fábrica. Quando recebermos o aval da empresa, podemos levar os robôs.
E&N – A A2B Industrial oferece contratos de até 200 meses. Como é definido o tempo de locação dos robôs?
Maciel – Quando nós apresentamos o projeto para uma indústria e eles falam que podem pagar determinado valor por mês, nós elaboramos o melhor contrato possível dentro dessa realidade deles.
Nós entendemos que o momento do País não é tão favorável, principalmente com a sobretaxa imposta pelos Estados Unidos, então talvez isso dê uma reduzida no prazo dos contratos.
E&N – Os robôs vão substituir a força de trabalho humano?
Maciel – Não, nenhum dos projetos nasce para substituir a força de trabalho. Até mesmo os robôs das células de solda, por exemplo, precisam de um supervisor. Se der algum problema na alimentação do fio de solda, tem que ter um profissional para reiniciar o robô. Por experiência, posso dizer que os robôs são 17 vezes mais produtivos que um ser humano, e o seu índice do controle de qualidade é de 100%. O material de uma solda feita por um profissional muitas vezes é descartado por não estar no padrão adequado. Com um robô, isso não acontece. Mas o soldador precisa estar ali para assumir o comando em caso de qualquer eventualidade, como uma queda de energia ou um pico de tensão.
E&N – De que forma a empresa está trabalhando para impulsionar o desenvolvimento social das localidades?
Maciel – A A2B Industrial trabalha junto com a Secretaria Estadual de Educação para proporcionar aos alunos em situação de vulnerabilidade social com melhor desempenho na área de exatas a formação gratuita na área de automação, para manutenção, construção e elaboração de projetos. Se eles tiverem interesse, nós os acompanharemos durante todo o percurso. Depois de um ano e meio ou dois, eles recebem a oportunidade de ter uma profissão, seja de desenvolvedor de projeto, seja de manutenção de equipamentos e robôs. Com esse trabalho de espalhar máquinas e equipamentos pelo Rio Grande do Sul, nós vamos gerar demanda para que esses profissionais nessas localidades estejam preparados para prestar esses serviços.
E&N – Quais são as projeções da A2B Industrial para o futuro?
Maciel – Com este projeto, a nossa ideia é fazer um movimento de gerar em torno de 200 novas vagas diretas e indiretas. Dentro desse contexto, não temos planos de sair do Rio Grande do Sul, porque acreditamos muito na economia gaúcha. Todos os sócios da empresa são gaúchos, assim como alguns dos investidores do fundo. Também buscamos fazer com que a A2B Industrial gere um grande número de empregos e cresça, de forma sustentável, pelo menos o dobro da inflação. Se a inflação estiver em 5% ao ano, nós queremos crescer 10%. O nosso principal viés, então, é que o maior número possível de pessoas sejam beneficiadas com o nosso trabalho.
Fonte Oficial: https://www.jornaldocomercio.com/cadernos/empresas-e-negocios/2025/08/1213745-a2b-industrial-leva-tecnologia-para-a-industria.html