*Por Adriana Queiroz
Estamos testemunhando uma mudança silenciosa, mas poderosa, no comportamento dos fundos de venture capital ao redor do mundo. De forma acelerada, a Inteligência Artificial passou de promessa distante para protagonista nas mesas de negociação de investidores. Só nos últimos trimestres, mais de um terço dos aportes em startups nos Estados Unidos teve como foco soluções baseadas em IA. Essa movimentação sinaliza mais do que uma tendência tecnológica; trata-se de uma nova lógica de alocação de capital.
Os investidores não estão apenas seguindo a moda. Estão reagindo a um ciclo que une eficiência, escalabilidade e transformação profunda de mercados. Startups com IA no core da operação apresentam margens maiores, ciclos de entrega mais curtos e capacidade real de disrupção em setores inteiros — da saúde à logística, da educação ao jurídico. O que antes parecia tese de fundo de nicho, hoje é quase condição para atrair atenção em um pitch.
No entanto, esse entusiasmo gera uma consequência inevitável: a concentração dos recursos em poucas teses e setores. Enquanto startups que dominam o buzz da IA arrecadam rounds robustos, outras áreas — igualmente promissoras, mas fora do radar do hype — enfrentam escassez. Isso exige dos fundadores uma reflexão estratégica sobre como incorporar tecnologia de forma autêntica, e não apenas como verniz para captar investimento.
No Brasil, vemos esse reflexo com clareza. O investidor está mais criterioso, mas também mais disposto a apostar alto quando enxerga uma proposta de valor centrada em dados, automação e escala. A inteligência artificial, portanto, não é só uma tecnologia. Tornou-se uma narrativa de crescimento, uma alavanca de equity, um diferencial competitivo inegociável.
A pergunta que deixo é: estamos construindo soluções com inteligência artificial ou apenas utilizando a inteligência artificial para construir soluções que pareçam mais atraentes para o capital?
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Fonte Oficial: https://startupi.com.br/como-a-inteligencia-artificial-venture-capital/