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diálogo e cooperação essenciais para implementação

A regulamentação da Reforma Tributária no Brasil entrou em uma fase decisiva. Autoridades da Receita Federal, lideranças estaduais e especialistas do setor público e privado destacam a importância do diálogo e da cooperação como fundamentos para o sucesso da transição ao novo modelo de tributação do consumo, instituído pela Emenda Constitucional 132/2023 e regulamentado pela Lei Complementar 214/2025.

Durante o Fórum de Diálogo da Regulamentação da Reforma Tributária, promovido pela Receita Federal entre os dias 4 e 8 de agosto de 2025, o secretário extraordinário da Reforma Tributária, Bernard Appy, reforçou que quanto maior for a convergência agora, menor será a judicialização futura. Ele ressaltou que o novo modelo só será efetivamente implementado mediante intenso diálogo entre União, estados, municípios e setor privado, com abertura de todas as partes para “entender e ceder”.

Estabilidade e segurança jurídica

Segundo Appy, a nova estrutura tributária foi desenhada para não alterar a carga tributária global – que continuará estável como proporção do Produto Interno Bruto (PIB). Essa característica reduz incentivos a litígios e amplia a segurança jurídica, tanto para o Fisco quanto para os contribuintes. “O setor público, na fixação da alíquota de referência, não arrecadará mais em função de interpretações divergentes da legislação”, afirmou.

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Os três pilares da Reforma

Appy destacou três pilares fundamentais da reforma que reforçam sua lógica de desenvolvimento econômico:

  1. Base ampla de incidência: elimina a distinção entre mercadorias e serviços, superando discussões sobre tangibilidade ou intangibilidade da operação;
  2. Não cumulatividade plena: promove a desoneração dos investimentos, com impacto direto na competitividade da produção nacional;
  3. Tributação no destino: concentra a arrecadação no local de consumo, aliviando tensões entre os entes federativos e promovendo maior equilíbrio regional.

Regulamentação técnica e tecnológica

O evento também foi marcado pela fala do secretário especial da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, que qualificou o momento como “histórico na tributação brasileira”. Ele defendeu a construção de uma regulamentação única e espelhada entre todas as esferas de governo, reforçando o espírito cooperativo da reforma.

A Receita coordena atualmente duas grandes frentes de trabalho:

  • Regulamentação normativa, com 30 Grupos de Trabalho (GTs), sob liderança do auditor fiscal Fernando Mombelli;
  • Desenvolvimento de sistemas, com outros 32 GTs, coordenados pelo auditor fiscal Marcos Flores.

Essas frentes mobilizam cerca de 240 servidores da Receita Federal e 200 desenvolvedores do Serpro, com investimentos superiores a R$ 1,6 bilhão até 2026. O objetivo é criar um sistema de tributação “acessível, amigável e com o mínimo de obrigações acessórias”, reduzindo significativamente o custo de conformidade no Brasil.

Cooperação federativa permanente

O presidente do Comitê Nacional de Secretários de Fazenda (Comsefaz), Flávio César Mendes de Oliveira, enfatizou a construção contínua de um diálogo federativo desde a elaboração da EC 132, passando pelo Projeto de Lei Complementar 68 (convertido na LC 214), até a atual tramitação do PLP 108. Ele ressaltou que a atuação dos três níveis de governo tem sido pautada pela responsabilidade e maturidade técnica e política.

Conclusão: um marco para o desenvolvimento econômico

A principal mensagem que emergiu do fórum é clara: a consolidação do novo sistema tributário requer convergência técnica, cooperação política e engajamento institucional contínuos. A Reforma Tributária só cumprirá sua promessa de eficiência, transparência e estímulo ao crescimento econômico se for construída com base no diálogo qualificado entre todos os atores envolvidos.

Mais do que um redesenho de tributos, a reforma representa uma mudança de cultura no relacionamento entre Fisco e contribuinte — com foco na previsibilidade, na simplificação e no desenvolvimento sustentável do país.



Fonte Oficial: https://www.contabeis.com.br/artigos/72157/reforma-tributaria-dialogo-e-cooperacao-essenciais-para-implementacao/

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