Iniciado nos anos 1980, um projeto liderado pela Embrapa transformou o Brasil no maior exportador mundial de carne de frango. O esforço envolveu seleção genética, melhorias no manejo, avanços em nutrição e integração da cadeia produtiva. A escolha por aves com melhor conversão alimentar, aliada à abundância de grãos e ao clima favorável, reduziu custos, acelerou o ciclo de produção e garantiu uma proteína acessível em tempos de crise econômica. O sucesso do projeto foi impulsionado pela rara articulação entre setor público, universidades, produtores e indústrias, consolidando a avicultura como motor estratégico da economia nacional.
Figueiredo destaca o papel central desempenhado pela Embrapa
Embrapa Suínos e Aves/Divulgação/JC
Um projeto iniciado no começo dos anos 1980, que tinha como um dos focos a busca pelo “frango perfeito”, fez do Brasil o maior exportador do produto. Começou, naquela década, uma seleção genética para identificar as aves que apresentavam os melhores índices de conversão de grãos em carne. Resumidamente, pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), produtores e empresas começaram a “garimpar” nos plantéis e entre as matrizes importadas aquelas aves que precisavam de menos comida para robustecer suas coxas e peito e ganhar peso mais rapidamente.
Como cerca de 60% dos custos da avicultura está na ração, o ganho com uma ave que demanda menos grãos para gerar mais proteína é, literalmente, um negócio de peso. Para se ter um ideia do sucesso do projeto, o Brasil partiu de uma um índice de conversão médio de 2,5 quilos de ração por quilo de carne produzida, nos anos 1970, para atuais 1,6 kg. Com esse avanço na conversão o ciclo de criação e abate foi reduzido em cerca de dez dias e colocando no mercado aves mais pesadas.
Ou seja, essa seleção de aves passou, ano a ano, a gerar mais riqueza a todos envolvidos no desenvolvimento do setor: produtores, governo e indústrias. O produtor passou a armazenar mais lotes em um mesmo ano, vender aves mais pesadas e ter menos custos com ração. A escolha do frango como novo motor da economia nacional tinha diferentes objetivos e razões para a escolha.
A maior disponibilidade de frango reforçava a segurança alimentar, oferecia ao mercado uma proteína barata (eram anos de hiperinflação) e tinha ciclo curto de produção (gerando renda rápida e constante ao produtor). E igualmente relevante para a decisão: o Brasil tinha abundância de um insumo fundamental, grãos (milho e soja) para oferta de ração.
Aliado à seleção genética estavam os trabalhos direcionados a melhorar o manejo, a estrutura dos aviários, escolher aves mais resistentes a doenças e encontrar uma fórmula mais eficiente de ração. O clima brasileiro também favorecia o projeto. Mesmo sendo a Região Sul a maior produtora, onde há inverno rígido, as condições eram favoráveis em relação aos Estados Unidos, por exemplo, grande produtor, onde as baixíssimas temperaturas no inverno e por longo tempo ainda são um certo limitador. A tudo isso, somou-se a ampla disponibilidade de terras para abrigar aviário e produtores que já criavam galinhas de forma “amadora”, mas aderentes à proposta de transformar essa atividade doméstica em um negócio rentável.
Pesquisador da Pesquisador na Embrapa Suínos e Aves, Elsio Figueiredo atuou no projeto desde o início e ressalta que entre os grandes fatores do sucesso foi a grande e incomum união, na época, de setor público, de empresas e universidades – onde a Embrapa foi buscar especialistas para apoiarem o projeto como consultores. O pesquisador relata, ainda, que esse projeto avícola se integrava diretamente à origem da Embrapa, no início dos anos 1970, quando o Brasil era dependente da importação de produtos agrícolas. A empresa brasileira de pesquisa foi criada em 1973 para desenvolver a agricultura e pecuária e tornar o Brasil autossuficiente na produção de alimentos.
“No projeto da avicultura se fez um trabalho intenso e muito organizado, abarcando toda a cadeia produtiva ao mesmo tempo. No campo, o foco era o desenvolvimento técnico, financiamento ao produtor e fornecimento de pintos já selecionados pela Embrapa e pelas empresas. A indústria reforçava a logística, a compra e a integração desses avicultores ao sistema e trabalhava com um grande plano comercial para dar escoamento a toda essa produção crescente“, explica Figueiredo.
Organização e sanidade foram os pilares do sucesso
Com o projeto avançando ano a ano e mantido ao longo de muitos governos, a produção e industrialização em larga escala permitiram ao Brasil se tornar um dos maiores produtores de frango. Além de alimentar o mercado interno, havia volume e qualidade suficientes para também exportá-lo, injetando dólares na economia e mais equilíbrio à balança comercial.
O País saltou de irrisórias 299 mil toneladas exportadas em 1990 para 916 mil toneladas em 2000 (ou seja, triplicando esse volume em dez anos). Depois, em apenas cinco anos, em 2005, a avicultura nacional repetia o feito, triplicando novamente o volume embarcado, para 2,846 milhões de toneladas. Foi nesse ano que o Brasil assumiu a primeira posição entre os exportadores globais da proteína.
O ano de 2005 foi simbólico globalmente para a atividade e para a confiança mundial na sanidade da avicultura brasileira, lembra o ex-ministro da Agricultura, Francisco Turra, presidente do conselho da Associação Brasileira de Proteína Animal (Abpa) e um dos grandes responsáveis pela expansão nacional nesse mercado. Em 2005, a gripe aviária, causada pelo vírus H5N1, foi uma preocupação global, disseminada em diversos países, da Ásia à Europa, mas poupando o Brasil – que transformou essa crise em uma oportunidade de se consolidar como maior fornecedor mundial da proteína e abrir mercados importantes.
“O Brasil desenhou um esquema estratégico de segurança sanitária que nos garantiu uma posição única entre os grandes produtores. Esse esquema de proteção envolveu desde o Ministério da Defesa, controlando as aves migratórias, o Ministério da Saúde, o Ministério da Agricultura, naturalmente, e até o Exército brasileiro”, recorda Turra.
Produtores diversificam insumos e otimizam uso de grãos
Avicultura enfrenta escassez inovando com insumos alternativos
Maria Eugênia Ribeiro/Embrapa/JC
Se inicialmente a avicultura brasileira tinha como um dos pilares a grande disponibilidade de soja e milho, o cenário atual é o oposto. A disputa pelos grãos e suas valorizações estimulam o setor a buscar alternativas e melhor aproveitamento dos mesmos. Além de integrar a cadeia de insumos de outros animais, o milho, por exemplo, é cada vez mais um insumo demandado para produção de biodiesel, assim como a soja pelo mercado externo.
Assim como se utiliza o bagaço da cana como insumo, após gerar biocombustível, o mesmo está sendo feito com o milho. Aqui entra em campo o DDGS (Dried Distillers Grains with Solubles ou, em português, Grãos Secos de Destilaria com Solúveis) na alimentação animal. Basicamente, o DDGS é o resíduo do grão após extraído o componente para produção do biodiesel. Subproduto da produção de etanol de milho e resultado da fermentação e destilação do grão, esse resíduo é rico em proteína e energia e passou a ser utilizado na alimentação animal como substituto parcial de outros ingredientes, como o próprio milho ou soja.
“O DDGS é uma alternativa para se colocar na ração, e é um excelente alimento. Então precisamos organizar esse processo para inserir ainda mais os resíduos dessas industrializações na ração, um alimento que está sendo bem procurado. É um passo além do que se faz com os resíduos da soja, desde há muito tempo, com o farelo de soja, uma relevante fonte proteica de toda a ração animal”, explica o pesquisador da Embrapa Suínos e Aves, Elsio Figueiredo.
Rio Grande do Sul em recuperação
Santos diz que o setor avícola gaúcho se reorganiza para fortalecer barreiras sanitárias e retomar a competitividade
Asgav/Divulgação/JC
A produção gaúcha, polo da terceira maior produção nacional – atrás de Paraná e Santa Catarina – ainda se recupera das cheias de 2024. Além do evento climático, destaca o presidente executivo da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), José Eduardo do Santos, o Estado também se reorganiza para fortalecer as barreiras sanitárias.
O setor busca junto ao governo gaúcho alguns dispositivos de apoio à recuperação da competitividade da avicultura local, como incentivos fiscais para retomada do mercado interno. A Asgav sinaliza que, atualmente, em torno de 50% de cortes de frango e miudezas são provenientes de outros estados.
“Estamos solicitando a criação de fundos de apoio à modernização, ampliação e adoção das medidas de biosseguridade. E, também, a melhoria da logística no Rio Grande do Sul em ferrovias e hidrovias e suprimentos para ração animal, com a nossa eterna busca na autossuficiência na produção de milho”, lista o executivo.
5 curiosidades sobre o frango e sua cadeia produtiva
A Sadia, uma das principais indústrias do setor a estimular o desenvolvimento da agricultura brasileira, chegou a criar uma companhia aérea nos anos 1950
Sadia/Arquivo/JC
1 – O frango já foi símbolo da recuperação econômica nacional. Em 1994, durante o Plano Real, a ave era vendida e propagandeada a R$ 1,00 o quilo, como símbolo da recuperação econômica do Brasil.
2 – A carne de frango oriunda do Brasil teria um “terroir” próprio: ou seja, seria mais saborosa e até citada em cardápios internacionais como “chicken from Brazil”. A “galinha do Brasil” seria, assim, um atestado de melhor sabor e qualidade.
3 – As exportações de carne de frango foram responsáveis por mais da metade das exportações totais do complexo carne do Rio Grande do Sul em 2023. Apesar de a bovinocultura de corte ser uma atividade tradicional do Estado, sua participação nas exportações de carnes representou, em 2023, por exemplo, cerca de 11% do total.
4 – A Sadia, uma das principais indústrias do setor a estimular o desenvolvimento da agricultura brasileira, chegou a criar uma companhia aérea nos anos 1950.
O objetivo era transportar banha de barco, produto perecível e que enfrentava dificuldades para ser transportado do sudoeste de Santa Catarina, onde ficava sua fábrica, até o consumidor paulista.
A companhia aérea Sadia levava até São Paulo na mesma aeronave pessoas e a carga comercial (quilos e quilos de banha de porco) e foi a origem da companhia aérea Transbrasil.
5 – Diferentemente do mercado da bovinocultura, onde o mercado das melhores raças é em forma de sêmen, na avicultura a compra e venda de genética é feita pela aquisição de galinhas, pintinhos de um dia e ovos férteis, que chegam e saem do Brasil de avião. Esse lucrativo negócio é dominado principalmente por três multinacionais (uma norte-americana, uma francesa e uma holandesa).
Novos destinos
Ao longo de 2024, o Brasil anunciou a abertura de novos mercados para o frango brasileiro
- Bósnia e Herzegovina: aves
- El Salvador: aves e ovos
- Lesoto: aves e material genético avícola
- México: material genético avícola (pintos de um dia)
- Rússia: ovos
- Santa Lúcia: aves
Ovos também estão na cesta de negociação
- Além da carne, o desenvolvimento da avicultura brasileira abriu espaço para o mercado de ovos
- O Brasil está entre os cinco maiores produtores de ovos do mundo
- Em 2024, o País produziu cerca de 1,8 mil unidades por segundo
Ovos especiais para pesquisas farmacêuticas
Objetivo é desenvolver o produto para servir de insumo para estudos envolvendo transgênicos e uso em biofábricas
Kadijah Suleiman/Embrapa/JC
A Embrapa pretende desenvolver ovos específicos para servir como insumo em pesquisas envolvendo transgênicos e uso em biofábricas. Uma variedade animal selecionada pela empresa de pesquisa apresentou grande potencial de utilização como biorreator. Os biorreatores são animais geneticamente modificados que se apresentam com a capacidade de produzir algumas substâncias que podem ser aproveitadas na farmacêutica.
A aposta da Embrapa nesta pesquisa e adesão do mercado é na grande vantagem do uso da galinha por elevada eficiência reprodutiva, com produção em torno de 300 ovos/ave/ano e o curto intervalo entre gerações, o que permite a obtenção de um grande número de indivíduos em pouco tempo.
A clara do ovo oferece facilidade para extração e purificação da proteína de interesse e os sistemas de glicosilação das galinhas apresentam mais similaridade com aqueles usados pelas células humanas do que os mecanismos pós-traducionais em mamíferos.
‘O frango se tornou um símbolo de recuperação e de alimento acessível’
Francisco Turra é considerado referência na defesa do agronegócio do País
TÂNIA MEINERZ/JC
Francisco Turra é, inquestionavelmente, uma das pessoas que mais influenciou e ajudou a desenvolver o agronegócio brasileiro, especialmente na avicultura. Essa referência é atestada por lideranças setoriais, empresários, produtores e até pelos algoritmos.
Em 2024, ao buscar respostas sobre quem eram as 10 personalidades, pensadores e lideranças que têm influenciado o agro brasileiro nos últimos 10 anos, Turra foi um dos nomes citados na curiosa e assertiva lista elaborada pela revista Forbes no Brasil, a partir de consultas a diferentes programas de Inteligência Artificial.
Turra carregou o frango brasileiro “embaixo do braço” por onde passou: da prefeitura de Marau (norte do Rio Grande do Sul, onde nasceu) até a Conab, na Câmara dos Deputados, no BRDE e no Ministério da Agricultura. Ao assumir a pasta, por 15 meses, percorreu o mundo” vendendo frango brasileiro”, atuando como um incansável diplomata comercial.
Quando ingressou no ministério, em abril de 1998, o Brasil exportou 617 mil toneladas de frango. Turra deixou o cargo, em julho de 1999, com 776 mil toneladas embarcadas (alta de 25%) e, em 2000, o volume beirou o primeiro milhão de toneladas (916 mil, alta de 48% ante o resultado de 1998). Depois de defender a avicultura por dez anos na esfera política, em 2008 passou a representar institucionalmente o setor, presidindo a Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frangos (ABEF) – e desta trincheira nunca mais saiu. Uniu a entidade à União Brasileira de Avicultura (UBA), formou e deu ainda mais peso ao setor criado pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).
Empresas & Negócios – Qual é a origem do seu envolvimento tão intenso com a avicultura? O senhor chegou a ser avicultor?
Francisco Turra – Na família sempre tivemos criatórios pequenos, domésticos, de aves e de suínos. E claro que eu acompanhava tudo isso e era minha tarefa também cuidar de tudo e bem. Depois, em um seminário, onde estudei, lá por 1952, conheci um setor um pouco mais profissional, com quantitativos maiores, controles e tudo. Era realmente um criatório maior, com ração adequada. Muito diferente do que tínhamos em casa. Então o gosto veio daí. Depois, na prefeitura de Marau, me dediquei a fortalecer o setor na cidade, e fiquei comprometido com o setor onde quer que eu fosse.
E&N – Parece haver um comprometimento geral e um certo afeto pela avicultura, podemos dizer? Há uma defesa forte do setor e reconhecimento do trabalho. O que explica isso?
Turra – Essa é uma pergunta interessante. Existe uma ligação afetiva com o frango, sim. Um bom exemplo que vou te citar é que o frango foi a âncora do plano real e de todos os planos e momentos de extrema inflação. O frango se tornou um símbolo de recuperação e alimento acessível. Os pobres não tinham acesso à proteína animal bovina, mas ao frango, sim. E a carne do frango sempre esteve disponível em quantidade e preço. Além disso, envolve 5 milhões de pessoas em sua atividade.
E&N – O senhor sempre buscou conquistar novos mercados para o frango brasileiro. Qual foi o primeiro mercado que o senhor abriu ou o mais marcante, como ministro ou representante do setor?
Turra – O destaque mesmo, que para mim foi um legado, foi a China, em 2009. O Brasil já exportava principalmente para os países islâmicos e também a Rússia era grande compradora na época, mas chegar à China foi simbólico. Como presidente das entidades do setor abrimos em torno de 40 mercados novos. Mas o México, em 2022, foi motivo de celebração, porque era um mercado intransponível. Eles só compravam produtos americanos. A gente tentava, os mexicanos acenavam que sim, mas no fim nos davam um drible.
E&N – Além da produtividade, há algo especial no sabor do frango brasileiro também?
Turra – Com certeza, sim. Isso ocorre pelo clima, alimentação desenvolvida com uma fórmula específica pela Embrapa, há anos, pelo manejo e pela seleção genética que fizemos. É comum nos eventos que realizamos os participantes, mesmo argentinos, aqui do lado, buscarem uma galeteria para jantar e saborear o frango brasileiro. Certa vez, em Estocolmo, fui jantar em um restaurante e no cardápio um prato com frango tinha em destaque a menção “brazilian chicken”, mostrando que era algo diferenciado, melhor. Uma grife.
A guerra do frango na OMC
Barreiras limitam vendas brasileiras à Indonésia, mercado cobiçado por grandes exportadores do País
Cooperativa Languiru/divulgação/jc
Cobiçado por grandes exportadores de aves, a Indonésia e seus mais de 200 milhões de consumidores ainda são um sonho de consumo da avicultura brasileira – assim como a Índia. Nesses dois populosos países, o Brasil não consegue colocar um pé de galinha que seja nas gôndolas dos supermercados. As mil e uma barreiras impostas pela Indonésia para permitir a importação de frango do Brasil levaram o caso até a Organização Mundial do Comércio (OMC), em 2014, após anos de tentativas comerciais frustradas de vender ao comércio local.
O Brasil defendia que a Indonésia criava barreiras técnicas e regulatórias “irreais” para dificultar a importação de carne de frango brasileiro, alegando que essas práticas violavam as regras da OMC. A proteção aos produtores locais e os interesses políticos em impedir a venda da proteína brasileira ao país teve decisão favorável da OMC ao Brasil, apontando que algumas políticas indonésias violavam regras internacionais de comércio. O Brasil venceu, no papel, mas ainda não tem nenhum negócio fechado com esse mercado asiático desde então.
“Ganhamos, mas não levamos. Vencer a OMC era uma etapa, comercializar e ter encomendas, é outra“, lamenta o ex-ministro da Agricultura, Francisco Turra, presidente do conselho da Associação Brasileira de Proteína Animal (Abpa), considerado o maior “diplomata” da avicultura brasileira.
Em 2017, o painel da OMC determinou que quatro políticas indonésias eram incompatíveis com as regras do comércio internacional e deveriam ser eliminadas. A Indonésia teria revisado suas regras mas afirmou que o problema era outro. O governo teria alegado que altos custos de frete impediam os importadores de solicitar encomendas. A disputa se estendeu por anos, com o Brasil acionando a OMC novamente em 2019 para contestar a demora na liberação das importações – que foram liberadas, mas não efetivadas.
“O mesmo ocorre na Índia, e não apenas com bloqueio ao Brasil, mas também aos Estados Unidos. Nesta causa temos inclusive ações conjuntas e o mesmo advogado atuando no caso. Não desistimos de entrar nesses dois mercados”, afirma Turra.
O presidente do conselho da ABPA ressalta, ainda, que a competitividade do produto brasileiro ainda tem potencial para ser ampliada. Como a logística brasileira ainda carece de inúmeros investimentos – e logística é a base das exportações – o frango nacional ainda pode ser embarcado com menos custos.
“Temos muito a melhorar desde nos acessos às propriedades dos avicultores, que ainda padecem com estradas de chão, em muitos casos. E, da mesma forma, com melhorias nas estradas e nos portos. Com mais investimento em logística, o custo do frango brasileiro será ainda menor para chegar ao consumidor local e ao outro lado do mundo“, assegura Turra.
*Thiago Copetti é jornalista, especializado em Gestão de Empresas e setorista de agronegócio do Jornal do Comércio. Também é bacharel em Relações Internacionais, com foco em temas sino-brasileiros.