Ao precificar um produto ou serviço, muitos empreendedores focam apenas nos tributos mais conhecidos, como o ICMS, ISS ou o Simples Nacional. Porém, existe um universo de impostos e custos ocultos que acabam impactando diretamente o preço final e a margem de lucro — e que nem sempre são percebidos na hora de montar o orçamento.
Esses “impostos invisíveis” podem incluir encargos sobre folha de pagamento, contribuições sociais, taxas bancárias, custos de emissão de notas fiscais eletrônicas e até despesas relacionadas à conformidade com obrigações acessórias, como sistemas digitais e auditorias fiscais. Tudo isso representa uma parcela significativa dos gastos que, se não for considerada, pode comprometer a saúde financeira da empresa.
Além disso, a complexidade do sistema tributário brasileiro gera custos indiretos, como a necessidade de contratar contadores, adquirir softwares específicos e investir tempo na gestão burocrática. Esses gastos costumam ser diluídos no custo operacional, mas precisam ser levados em conta para calcular o preço real do produto ou serviço.
Segundo Marcos Soares, jornalista do portal VIP CEO, “Muitos empresários se assustam quando percebem que o valor cobrado pelo cliente nem sempre cobre todos os custos embutidos, incluindo esses impostos menos visíveis. Conhecer e planejar esses gastos é fundamental para evitar prejuízos.”
Ignorar esses custos pode levar a práticas comuns como o subfaturamento, que além de ilegal, traz riscos sérios ao negócio, como multas, autuações e até fechamento da empresa.
Para evitar surpresas, o ideal é fazer um mapeamento detalhado de todas as despesas tributárias e operacionais, incluindo as obrigações acessórias e os custos administrativos relacionados. Contar com o apoio de um contador especializado pode ajudar a identificar esses “impostos invisíveis” e a criar uma precificação realista.
Ter consciência dos custos reais é o primeiro passo para definir preços competitivos que garantam lucro e sustentabilidade, sem perder a capacidade de investir e crescer no mercado. Afinal, só quem entende todos os componentes do custo consegue precificar com inteligência e segurança.