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Dicas para Empreender com Segurança Jurídica Desde o Primeiro Dia

Abrir um negócio envolve paixão, planejamento e coragem. Mas quem pretende começar com o pé direito também precisa incluir um ingrediente muitas vezes esquecido nos primeiros passos: segurança jurídica. Esse cuidado, longe de ser um obstáculo, pode evitar dores de cabeça futuras e garantir que a empresa cresça de forma saudável, protegida e em conformidade com a lei.

Uma das primeiras decisões cruciais está na formalização da empresa. Muitos empreendedores iniciam suas atividades como pessoa física ou MEI (Microempreendedor Individual) por ser mais simples e barato. No entanto, esse formato pode não comportar o crescimento do negócio nem oferecer a proteção patrimonial adequada. Em atividades que envolvem risco, responsabilidade civil ou volume financeiro mais alto, a constituição como sociedade limitada (LTDA) pode ser o mais indicado.

Outro ponto essencial é a definição correta do contrato social, documento que rege as regras internas da empresa e a relação entre os sócios. “É o que vai ditar o que acontece em caso de saída de um sócio, dissolução da sociedade ou entrada de investidores. Muitos contratos são feitos com base em modelos prontos da internet e, mais tarde, viram motivo de litígio”, afirma a advogada empresarial Fernanda Diniz, que atua com startups e negócios digitais.

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A escolha do regime tributário também tem forte impacto jurídico e financeiro. Um enquadramento equivocado pode gerar pagamento indevido de tributos ou, pior, autuações por parte do fisco. Por isso, é essencial contar com o apoio de um contador que compreenda o modelo de negócio e saiba orientar com clareza sobre as obrigações fiscais, previdenciárias e trabalhistas desde o início.

Outra medida preventiva importante é o registro de marca no INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial). O simples fato de abrir uma empresa com um nome não garante o direito de usá-lo comercialmente em todo o território nacional. Casos de disputa por marca podem gerar prejuízos expressivos e até obrigar a empresa a mudar seu nome no meio do caminho.

Para o jornalista Marcos Soares, do portal VIP CEO, o empreendedorismo de hoje exige mais do que criatividade. “Os negócios bem-sucedidos do futuro serão aqueles que nasceram com base jurídica sólida. É isso que garante confiança aos investidores, parceiros e até aos próprios clientes. A informalidade pode até parecer agilidade, mas é um tiro no pé no médio prazo.”

Mesmo negócios digitais ou pequenos empreendimentos locais não estão livres de responsabilidades legais. Proteção de dados, direitos do consumidor, emissão de notas fiscais, contratos com fornecedores e políticas de cancelamento são exemplos de pontos que exigem atenção desde os primeiros passos.

Empreender com segurança jurídica não é burocratizar — é profissionalizar. E esse cuidado inicial, que muitos deixam para depois, pode ser o diferencial entre um negócio que prospera com confiança e outro que acaba sofrendo por não ter se estruturado corretamente.

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