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Como Pagar Menos Impostos com um Bom Enquadramento Tributário

Abrir um negócio no Brasil exige mais do que uma boa ideia e disposição para empreender. Uma das decisões mais importantes — e muitas vezes negligenciada — é o enquadramento tributário da empresa. A escolha correta pode representar economia significativa no pagamento de impostos e, em alguns casos, a sobrevivência da empresa em seus primeiros anos de atividade.

O enquadramento tributário define como a empresa vai pagar seus tributos e está diretamente ligado ao porte do negócio, faturamento anual, tipo de atividade exercida e estrutura societária. No Brasil, os principais regimes são o Simples Nacional, o Lucro Presumido e o Lucro Real.

O Simples Nacional costuma ser o favorito entre micro e pequenas empresas. Ele unifica tributos e tem alíquotas reduzidas, o que facilita a gestão contábil. Mas isso não significa que seja sempre o mais vantajoso. Empresas de serviços, por exemplo, com baixa margem de lucro ou folha de pagamento reduzida, podem pagar mais impostos no Simples do que no Lucro Presumido.

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No Lucro Presumido, o governo presume quanto a empresa lucra e tributa com base nisso. Já no Lucro Real, o imposto é calculado sobre o lucro efetivo, o que pode ser vantajoso para empresas que conseguem comprovar despesas elevadas ou têm resultados variáveis ao longo do ano.

Segundo a contadora Juliana Mendes, que assessora startups no polo tecnológico de Florianópolis, muitos empreendedores escolhem o regime tributário sem consultar um especialista. “Já vi empresas economizarem mais de R$ 100 mil por ano apenas por fazerem uma readequação de regime. A economia tributária começa na análise estratégica.”

Além do regime, outras escolhas impactam diretamente na carga tributária: o tipo societário (MEI, LTDA, EIRELI), o CNAE (Classificação Nacional de Atividades Econômicas), a contratação de funcionários e até a distribuição de lucros.

Para o jornalista Marcos Soares, do portal VIP CEO, o tema deveria estar no centro das conversas entre empreendedores e seus contadores. “Ainda existe uma certa resistência em tratar o planejamento tributário como estratégia de negócio. Muitos só se preocupam com isso quando o imposto pesa no bolso. O bom enquadramento tributário não é uma formalidade: é um diferencial competitivo.”

O ideal é que a análise tributária seja feita antes mesmo do CNPJ ser registrado. No entanto, empresas já em operação também podem fazer a mudança — desde que respeitem os prazos e obrigações legais. A reavaliação anual é uma prática recomendada, especialmente quando há crescimento de receita, mudanças no modelo de negócio ou alterações na legislação.

Com as regras fiscais brasileiras mudando com frequência, a busca por eficiência tributária deixou de ser um privilégio de grandes empresas e passou a ser uma necessidade para qualquer negócio que queira crescer de forma sustentável.

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