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ARTIGO, por Sandra Comodaro: “Acordos de Acionistas: pilar do sucesso nas empresas familiares”

Resolvi escrever o artigo com essa temática pois em quase todas as palestras e eventos sobre empresas familiares de que participo, ouço uma frase recorrente – dita com convicção por fundadores, herdeiros e gestores: “Se a empresa continua até hoje, é por causa dos acordos que firmamos entre a família.” É quase uma unanimidade. O que essas histórias revelam é que, mais do que visão estratégica ou força de trabalho, o que realmente garante a continuidade do negócio familiar é a capacidade de estabelecer acordos claros, transparentes e respeitados entre os membros da família empresária.

Empresas familiares formam a espinha dorsal da economia brasileira, representando mais de 90% dos empreendimentos no país, segundo o IBGE. Apesar da força desse modelo, poucos negócios conseguem ultrapassar a terceira geração. O que impede essa continuidade, muitas vezes, não é o mercado – mas a falta de clareza nos relacionamentos entre sócios, especialmente entre membros da família. Nesse contexto, o acordo de acionistas se revela uma ferramenta estratégica essencial.

Enfatizo a importância do acordo de acionistas, instrumento jurídico que formaliza regras e diretrizes para a relação entre sócios. Ele aborda temas como direito de voto, política de distribuição de lucros, critérios de entrada e saída da sociedade, sucessão, resolução de conflitos, entre outros. Mais do que um documento técnico, trata-se de um verdadeiro ”combinado entre partes”, que traz segurança jurídica e previsibilidade para o futuro da empresa

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Em famílias empresárias, esse instrumento ganha contornos ainda mais relevantes. Quando não há alinhamento prévio, é comum que divergências emocionais interfiram nas decisões do negócio – o que pode comprometer a governança, o clima societário e até a continuidade da empresa. O acordo funciona, portanto, como um escudo de proteção para preservar tanto o negócio quanto os vínculos familiares.

Importante lembrarmos: o acordo de acionistas NÃO substitui o contrato social nem o estatuto da empresa. Ele é complementar e pode ser customizado conforme a realidade e os valores da família. Deve ser construído com diálogo, escuta ativa e, sempre que possível, com o apoio de profissionais especializados em governança corporativa e familiar e também o jurídico.

Na prática, empresas que investem em acordos bem estruturados colhem frutos de longevidade, profissionalização e harmonia entre os sócios. Mais do que resolver problemas, esse tipo de acordo antecipa cenários e estabelece regras claras para que as decisões sejam tomadas com racionalidade – mesmo diante de momentos difíceis.

Em um ambiente de negócios cada vez mais complexo, e com famílias empresárias enfrentando desafios de sucessão, expansão e profissionalização, o acordo de acionistas se consolida como um dos pilares da sustentabilidade empresarial. Não se trata apenas de proteger a empresa. Trata-se de CUIDAR do LEGADO.

SANDRA COMODARO
Administradora, advogada e pós-graduada pelo Mackenzie-SP, é conselheira de empresas e também de entidade de classe. Fundadora e idealizadora do Grupo Conselheiras, que reúne quase 2 mil C-Levels e conselheiras nas maiores empresas do Brasil e exterior. Coautora do livro O Protagonismo das Mulheres nos Negócios.

Fonte Oficial: https://agenciadcnews.com.br/artigo-por-sandra-comodaro-acordo-de-acionistas-pilar-do-sucesso-nas-empresas-familiares/

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