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ARTIGO, por Marcus Vinicius: “Menos expectativa é um caminho para não se decepcionar com as decisões do governo”

Para metade dos brasileiros a economia do país vai mal. É o que mostra recente pesquisa Datafolha: 55% dos entrevistados percebem que a economia piorou, frente a 21% que avaliam o cenário como melhor do que antes. Esse primeiro grupo cresceu dez pontos percentuais em relação à pesquisa anterior. Dos entrevistados, 36% acreditam que vai piorar, enquanto 29% acreditam numa melhora. Analisa-se que ainda é cedo para cravar uma tendência. Mas fato é que a citação espontânea da situação econômica acende um alerta amarelo no governo e principalmente no mercado. Isso também mostra que a preocupação econômica supera outros temas como corrupção, infraestrutura e violência, mas empata com a saúde.  A pesquisa ouviu 3.054 pessoas entre os dias 1º e 3 de abril, em 172 municípios e tem dois pontos de margem de erro.

Qual seria o motivo de toda essa insatisfação? Há um problema facilmente identificado, que é a falta de alinhamento entre políticas monetária e fiscal. Falta ao governo Lula a austeridade fiscal. O presidente vem afirmando desde 2023, que não há problema em se endividar para crescer, bem como não há problema para o país ter inflação acima da meta. O governo afirmou, no dia 15 de abril, ao apresentar o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO), que pode faltar dinheiro para despesas em 2027. As dívidas judiciais, chamadas de precatórios, ficaram de fora da revisão de gastos, assumindo a possibilidade de colapso da máquina pública. Questões como essas preocupam o mercado financeiro, que reage com suas ferramentas.

Devido a essa frouxidão da política fiscal, o Banco Central, independente do governo desde 2021, atua com políticas monetárias mais restritivas, como a sucessiva alta dos juros.  Essa medida é um remédio duro de engolir. O Brasil tem uma inflação de choques na estrutura de oferta, isto é, um gargalo de oferta que pode ser percebido, por exemplo, no preço dos alimentos, onde diversos fatores, principalmente sazonais e de clima influenciam no preço, bem como a oportunidade de exportação. Nesse aspecto, a manutenção de taxas altas de juros contribui para que a economia trave, reduzindo a participação econômica da população que ganha até três salários-mínimos, porque passa a gastar somente no essencial. Já os investidores, tanto externos, quanto internos, privilegiam aplicações renda fixa em detrimento a investimentos em negócios que viabilizariam empregos e o aquecimento da economia.

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Um desaquecimento da economia pode gerar desemprego e endividamento da população, causando um ambiente de estagflação, que é a alta generalizada dos preços, combinada a esse desaquecimento e o citado aumento do desemprego. Por outro lado, o aumento da taxa Selic pode gerar oportunidades importantes para a alta renda. Nesse sentido, entram as consultorias de investimento, que podem mostrar quais são os caminhos mais interessantes para o investidor. Após analisar qual o perfil do investidor e qual o seu patrimônio, vão dar sugestões personalizadas sobre a maneira na qual distribuí-lo, tanto na renda fixa, que tem sua procura aumentada, quanto no mercado de ações e outros títulos. Os períodos de crise também reforçam a necessidade da construção de reservas financeiras, pois são importantes para enfrentar esses momentos difíceis e aproveitar oportunidades. A adaptação às mudanças faz os investidores prosperarem de forma mais consistente, e saber aproveitar esse momento de juros altos, por exemplo, pode ser importante.

No âmbito internacional, o tarifaço de Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, tem sido a grande pauta dos noticiários nas últimas semanas.  Com o anúncio das taxações, o cenário se tornou muito incerto. A economia americana enfrenta o risco de uma recessão e aumento da inflação. O critério das tarifas torna o ambiente externo muito imprevisível, ainda que o Brasil não seja um dos maiores afetados. Porém, a questão do câmbio pode ser um risco para a economia brasileira. A elevação do câmbio vira um componente para a inflação. A estrutura de produção brasileira é extremamente conectada com o mundo, ou seja, muitos componentes e produtos são importados. Se o preço do dólar está alto, os custos também sobem. Controlar o dólar é uma estratégia importante. A entrada de dólar no Brasil pode vir do exterior para aplicação nos títulos públicos, o que é positivo para a minoração do câmbio. As famílias precisam analisar esses aspectos, junto às consultorias para definir qual o destino do seu dinheiro visando o aumento do patrimônio. A falta de expectativa é um caminho para não se decepcionar com as decisões dos governos, sejam as do Brasil, ou do exterior.

MARCUS VINICIUS
Sócio fundador da Driven Capital, é bacharel em Administração de Empresas pela Universidade Cândido Mendes, Master in Financial Economics pela FGV e certificação CFP

Fonte Oficial: https://agenciadcnews.com.br/artigo-por-marcus-vinicius-menos-expectativa-e-um-caminho-para-nao-se-decepcionar-com-as-decisoes-dos-governos-sejam-as-do-brasil-ou-do-exterior/

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