O principal estudo global sobre empreendedorismo, o relatório GEM 2024 – Global Entrepreneurship Monitor, trouxe informações importantes sobre o avanço do empreendedorismo feminino no Brasil. Realizado há 24 anos em mais de 110 países e conduzido por aqui pelo Sebrae e pela Associação Nacional de Estudos em Empreendedorismo e Gestão de Pequenas Empresas (Anegepe) o estudo destacou uma mudança significativa no perfil das empreendedoras brasileiras e sinalizou um futuro mais inclusivo. Em 2023, pela primeira vez, as mulheres passaram a representar a maioria entre os empreendedores potenciais no país. Entre os 47,7 milhões de brasileiros com intenção de abrir um negócio até 2026, 54,6% são mulheres. Hoje, cerca de 10 milhões de mulheres estão à frente de seus próprios negócios correspondendo a 46% do total de empreendedores no país.
Esse avanço se explica também pela diversidade brasileira – do total, 49,8% das empreendedoras se declara negra e a maioria está na faixa entre 30 e 39 anos. Em termos de escolaridade, 41,3% das empreendedoras têm o ensino médio completo, e 20,5% concluíram o ensino fundamental. Em relação aos setores de atuação, 55,9% das mulheres empreendem no setor de serviços e 25,4% no comércio. Apesar desses progressos, o acesso restrito ao crédito ainda limita o crescimento dos negócios liderados por mulheres e a sobrecarga com responsabilidades domésticas ainda afeta 75% das empreendedoras, em comparação com 55% dos homens, destacando a desigualdade no equilíbrio entre vida profissional e pessoal.
Para transformar essa realidade, organizações como o Conselho da Mulher Empreendedora e da Cultura ( CMEC), vinculado à Associação Comercial de São Paulo (ACSP), à Facesp e à Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB), fornecem capacitação, mentorias, cursos, promovem eventos e dão apoio para as mulheres que estão à frente do próprio negócio. Hoje, o CMEC está presente em 26 estados e no Distrito Federal por meio de mais de 900 Conselhos, consolidando seu papel como uma rede sólida de suporte às empreendedoras em todo o país, incentivando o networking e a troca de experiências e contribuindo para romper as barreiras estruturais e sociais que ainda limitam o avanço das mulheres no mundo dos negócios.
O Decreto nº 11.994, de abril de 2024, que institui a Estratégia Nacional de Empreendedorismo Feminino – por meio da “Estratégia Elas Empreendem”, sinaliza um avanço importante nas políticas públicas voltadas à inclusão das mulheres na economia. Para que esse movimento cresça é fundamental que se tenha mais ações concretas e instituições como o CMEC para fortalecer as redes de apoio e criar iniciativas que promovam a igualdade, dando mais visibilidade ao empreendedorismo feminino e transformando intenções em resultados efetivos.
ANA CLAUDIA BADRA COTAIT
Presidente do Conselho Nacional da Mulher Empreendedora e da Cultura (CMEC). A entidade é parte da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB) e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp). E atua como um fórum de referência de estudos, debates e inspirações à mulher empreendedora, além de desenvolver ações, campanhas e projetos sociais e culturais. O CMEC tem mais de 900 conselhos da mulher distribuídos pelo Brasil.
Fonte Oficial: https://agenciadcnews.com.br/artigo-por-ana-claudia-badra-cotait-mulheres-lideram-o-empreendedorismo-no-brasil/