A ideia de que lucro e impacto social não podem andar juntos está cada vez mais ultrapassada. Os chamados negócios sociais — empreendimentos que nascem para resolver problemas sociais ou ambientais sem abrir mão da sustentabilidade financeira — ganham força no Brasil, especialmente entre jovens empreendedores que enxergam no mercado uma ferramenta de transformação real.
Ao contrário das ONGs tradicionais, os negócios sociais operam com metas de receita e escala, mas têm no centro da sua estratégia um compromisso com causas como educação, saúde, meio ambiente ou inclusão. O diferencial está na forma como geram valor: o impacto positivo não é um “efeito colateral”, mas parte do próprio modelo de negócio. É o caso de startups que oferecem crédito justo para comunidades periféricas, soluções tecnológicas para agricultores familiares ou plataformas que conectam talentos de áreas vulneráveis ao mercado formal.
Para quem deseja empreender nesse formato, o desafio está em construir uma operação financeiramente viável sem perder de vista o propósito. Isso exige métricas diferentes, como indicadores de impacto social, e uma comunicação clara com investidores, parceiros e clientes. Muitos fundos de investimento já criaram teses específicas para negócios de impacto, o que amplia as possibilidades de financiamento e crescimento.
Marcos Soares, jornalista do VIP CEO, destaca que “o empreendedorismo social deixou de ser um nicho alternativo e virou um caminho estratégico para quem quer construir negócios relevantes. A nova geração de consumidores cobra posicionamento e propósito — e isso pressiona o mercado a repensar seus modelos. Quem souber unir lucro e impacto de forma consistente, terá uma vantagem competitiva poderosa nos próximos anos”.
Plataformas de capacitação, aceleradoras especializadas e programas de fomento têm ajudado a amadurecer o ecossistema de impacto no país. O caminho ainda exige resiliência, mas mostra que é possível gerar resultado financeiro ao mesmo tempo em que se resolve problemas reais da sociedade.