Na quinta-feira (24), a Associação Comercial de São Paulo (ACSP) divulgou o Índice Nacional de Confiança (INC) de abril, que ficou em 95 pontos, recuando 2,1%, em relação a março, e 3,1% na comparação com o mesmo mês do ano passado. O INC é elaborado para a ACSP pela PiniOn. É a quarta queda mensal consecutiva, com aprofundamento no campo pessimista (abaixo de 100 pontos). A sondagem foi realizada com uma amostra de 1.679 famílias, em nível nacional.
Segundo o economista Ulisses Ruiz de Gamboa, da ACSP, os sinais de desaquecimento da atividade econômica começam a se refletir em três frentes: no aumento do desemprego, na aceleração da inflação – com destaque para os aumentos de preços de produtos básicos, como alimentos e bebidas – e no elevado grau de endividamento das famílias. Além disso, segundo ele, os juros altos continuam a afetar negativamente a confiança do consumidor.
O INC é percebido de forma distinta de acordo com a faixa socioeconômica. Nos extremos, ocorreu recuo tanto para o topo (classes AB) quando na base (classes DE). Já na classe C houve aumento discreto da confiança. Essa piora mais generalizada resultou em diminuição da disposição a comprar itens de maior valor, como carro e casa, além de bens duráveis, como geladeira e fogão. A propensão a investir também apresentou redução.
Já o Índice de Confiança do Consumidor (ICC), da Fundação Getulio Vargas (FGV), apesar de ter apresentado alta de 0,5 ponto em abril sobre março, o segundo avanço consecutivo, continua muito abaixo dos 100 pontos: ficou em 84,8 pontos, na série com ajuste sazonal. Em médias móveis trimestrais, o índice diminuiu 0,5 ponto. Anna Carolina Gouveia, economista do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), afirmou em nota que a “segunda alta da confiança do consumidor recupera apenas 11% das perdas nos três meses anteriores, entre dezembro de 2024 e fevereiro deste ano”.
Fonte Oficial: https://agenciadcnews.com.br/indice-de-confianca-recua-21-em-abril-a-95-pontos-e-consumidor-comeca-a-repensar-compras-de-maior-valor/