Este assunto é fundamental nos conselhos, comissões e comitês. A Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) é uma realidade consolidada no Brasil, e seu impacto tem sido cada vez mais notado dentro de estruturas organizacionais, inclusive nos conselhos. A cada nova atualização e movimento da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), cresce a responsabilidade dos conselheiros, que agora não apenas deliberam sobre temas estratégicos e humanos, mas também sobre a gestão segura e ética das informações que circulam em seus espaços de decisão.
Conselhos são, por natureza, espaços de confiança. Pessoas se reúnem para discutir caminhos, cuidar de vidas, orientar decisões, muitas vezes com base em informações sensíveis — sejam elas financeiras, familiares ou pessoais. A LGPD entra nesse contexto como uma espécie de guardiã invisível, lembrando que toda informação compartilhada precisa ser tratada com o devido respeito à privacidade do titular. As atualizações da lei vêm reforçando esse chamado, especialmente ao evidenciar que a boa-fé e a intenção nobre não excluem a necessidade de estrutura, responsabilidade e cuidado no trato de dados.
A atuação da ANPD nos últimos meses tem demonstrado que não basta ter boas intenções: é preciso registrar consentimentos, deixar claro o propósito da coleta, garantir que os dados não serão compartilhados sem autorização por nenhuma parte envolvida.
Outro ponto é o armazenamento de dados. Alguns conselhos mantêm históricos de atendimentos, atas, relatórios e cadastros que que devem ser devidamente protegidos. As atualizações da LGPD reforçam que a segurança da informação deve ser uma prioridade. Não basta mais guardar documentos em arquivos físicos ou drives online sem controle. É preciso adotar práticas seguras, com acesso restrito, uso de senhas, criptografia e até a definição de prazos para retenção e descarte.
Nesse novo cenário, o papel dos conselheiros também se transforma. Cada membro do conselho torna-se, de certa forma, um guardião da privacidade. É preciso desenvolver uma escuta sensível, sim, mas também uma postura responsável. Saber o que pode ou não ser compartilhado, entender os limites do uso dos dados recebidos e manter a discrição como princípio orientador. As atualizações da LGPD não estão apenas afinando regras; elas estão moldando os modelos de atuação.
A conformidade com a LGPD não pode ser vista como um peso burocrático, mas como uma extensão do zelo preventivo que sempre fez parte de sua essência. Cuidar de pessoas, afinal, inclui também proteger aquilo que elas compartilham entre si com confiança. E, em um mundo onde dados se tornaram um bem tão precioso, demonstrar esse cuidado extra é mais do que uma exigência legal — é uma marca de excelência para todos.
Fonte Oficial: https://agenciadcnews.com.br/artigo-por-sandra-comodaro-lgpd-e-conselhos-o-novo-compromisso-com-a-etica-e-a-protecao-de-dados/