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Educação e Empreendedorismo: Caminhos para a Ascensão Social

Por Marcelo Camargo

Como empreendedor e ex-candidato a vereador em São Caetano do Sul, sempre acreditei que a educação e o empreendedorismo são os alicerces para transformar vidas e oferecer oportunidades reais de ascensão social. No entanto, é preciso reconhecer que, mesmo em uma cidade tão bem estruturada como São Caetano, ainda há muito a ser feito para garantir que essas ferramentas cheguem a todos os cidadãos de forma equitativa e eficaz.

A educação, frequentemente vista como a grande promessa de mobilidade social, precisa ir além do ensino tradicional. Preparar as pessoas para os desafios do mundo contemporâneo exige mais do que boas escolas; demanda um sistema que conecte o aprendizado às demandas reais do mercado e à prática empreendedora. Em São Caetano do Sul, ainda observamos um hiato entre o que é ensinado e o que realmente pode capacitar jovens e adultos a enfrentarem os desafios de um mercado em constante transformação.

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Um exemplo disso é a ausência de uma política pública robusta voltada à educação empreendedora. Embora haja algumas iniciativas pontuais, como cursos técnicos e ações de instituições como o Sebrae, falta uma estratégia integrada que contemple todas as idades e perfis socioeconômicos. Programas como o “Jovem Empreendedor Primeiros Passos” (JEPP), que ensinam crianças e adolescentes a pensar de forma empreendedora, poderiam ser implantados nas escolas municipais com maior alcance e regularidade. Isso ajudaria a formar cidadãos mais preparados para identificar oportunidades e criar soluções que impactem suas comunidades.

Quando falamos de empreendedorismo em São Caetano, é impossível ignorar o potencial econômico da cidade. No entanto, esse potencial ainda é subaproveitado. Pequenos e médios empreendedores, que sustentam boa parte da economia local, frequentemente enfrentam dificuldades como burocracia excessiva, falta de crédito e ausência de suporte técnico para desenvolvimento de negócios. Um exemplo prático seria a criação de incubadoras municipais, onde os empreendedores locais pudessem receber orientação, acesso a ferramentas e capacitação para alavancar seus negócios.

Além disso, a Escola Municipal de Ensino Profissionalizante (EMEP), que já desempenha um papel importante na formação técnica dos jovens, poderia ser fortalecida e ampliada. Programas voltados à inovação e ao desenvolvimento de startups seriam uma forma de conectar a educação técnica ao empreendedorismo, preparando os alunos para a economia do futuro. No entanto, essas ações exigem vontade política e investimento estratégico, que nem sempre têm sido prioridade para os governantes da cidade.

Outro ponto crítico é o apoio às mulheres empreendedoras, especialmente às mães que precisam conciliar o cuidado com a família e a gestão de seus negócios. Apesar do protagonismo dessas mulheres no comércio local e em outras áreas, faltam políticas públicas específicas que ofereçam capacitação, acesso ao crédito e redes de apoio. Cidades que já implementaram essas medidas mostram resultados significativos na geração de renda e na inclusão social, e São Caetano não pode ficar para trás nesse aspecto.

Os governantes de São Caetano do Sul –prefeito e vereadores– têm a responsabilidade de transformar o potencial da cidade em realidade. Não basta contar com uma boa infraestrutura ou com indicadores de desenvolvimento humano superiores à média nacional; é preciso garantir que essas vantagens cheguem a todas as camadas da sociedade. A educação e o empreendedorismo, quando priorizados e trabalhados de forma conjunta, são ferramentas poderosas para reduzir desigualdades e impulsionar o crescimento local.

Minha vivência como empreendedor e minha experiência na política local me mostram que as soluções existem, mas dependem de uma gestão pública mais conectada às demandas da população. Criticar não é apontar defeitos; é propor caminhos para que possamos melhorar continuamente. São Caetano tem o potencial de ser referência em inclusão social e desenvolvimento econômico, mas para isso precisamos transformar boas intenções em ações práticas e acessíveis.

Que possamos, como sociedade, cobrar mais de nossos representantes e contribuir para uma cidade onde a educação e o empreendedorismo não sejam apenas discursos, mas realidades que promovem transformação para todos. Afinal, o verdadeiro progresso acontece quando ninguém fica para trás.

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