Indiretamente, custo social da violência urbana gera um gasto anual de R$ 200 bilhões. (Arte: TUTU)
Sabia que o brasileiro gasta, em média, 6% do Produto Interno Bruto (PIB) anualmente para se proteger contra a violência urbana? Ao todo, são quase R$ 200 bilhões investidos em câmeras de segurança, seguros, escolta armada, carros blindados, entre outros, que inflam os preços praticados pelo Comércio e pelos Serviços, uma vez que esses custos estão embutidos para minimizar furtos, roubos, entre outras ações criminosas.
Os dados fazem parte de estudos recentes divulgados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Projetando os valores para a realidade paulista, o economista Fabio Pina, assessor da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), calcula que as empresas gastam quase R$ 60 bilhões ao ano com segurança direta — indiretamente, o custo social chegaria ao redor dos R$ 200 bilhões.
“Uma conta rápida para o Estado de São Paulo mostra que cada consumidor está pagando, em média, R$ 1,36 mil ao ano em custos diretos e R$ 4,54 mil ao ano, somando-se os custos indiretos [ou R$ 110 e R$ 380 ao mês, respectivamente] só pela insegurança”, projeta Pina.
O prejuízo é ainda maior ao somar o total de roubos de carga nas rodovias e as perdas por furtos nos estabelecimentos. De acordo com o economista da Entidade, se o PIB é 5,5% menor do que seria por causa da violência, isso significa que cada cidadão brasileiro deixa de ganhar R$ 2,68 mil por ano, enquanto um paulista perde, em PIB, algo como R$ 4,16 mil anualmente.
Os cálculos do economista sobre os prejuízos causados pela insegurança em São Paulo foram destaque de capa do jornal Estadão em edição impressa de 30 de março, que pode ser acessado na versão digital do periódico para assinantes aqui.
Insegurança custa caro
A violência causa não apenas prejuízos no dia a dia dos setores produtivos nas grandes cidades, como também atrasa ainda mais o desenvolvimento econômico do País, pois impacta profundamente a produtividade e o crescimento das empresas.
Segundo Pina, no caso dos custos econômicos, além do encarecimento de produtos e serviços, as empresas e a sociedade poderiam investir esses recursos em capacitação, ampliação dos negócios e contratações, mas acabam direcionando dinheiro para cercar os estabelecimentos e instalamos câmeras em todos os lugares.
“No caso da produtividade, o problema econômico se soma ao social: uma pessoa que sofra violência e, eventualmente, tenha sequelas físicas, é uma tragédia humana para si e sua família, uma tragédia financeira para a empresa que o qualificou e um problema enorme para a sociedade, que terá uma pessoa a menos para trabalhar e uma a mais para sustentar”, pondera o economista.
A melhoria das políticas públicas voltadas à segurança é um pleito ativo da FecomercioSP, que mantém um canal aberto com as autoridades públicas de São Paulo para construir, em conjunto, medidas eficazes a fim de diminuir os prejuízos da violência no comércio.
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Fonte Oficial: FecomercioSP