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Paulistanos começam 2024 com renda mais comprometida com dívidas – FecomercioSP

As famílias paulistanas começaram o ano menos inadimplentes. A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), aponta que o porcentual de lares com contas atrasadas passou de 22,7%, em dezembro, para 21,8%, em janeiro. Em números absolutos, foram 35,4 mil famílias que saíram da lista de inadimplência neste intervalo [gráfico 1].

Apesar disso, o comprometimento dos rendimentos domésticos com dívidas ficou mais preocupante [gráfico 2]. Em média, um terço (32%) de tudo o que as famílias recebem é direcionado para pagamentos de dívidas — o maior número da série histórica da Federação, iniciada em 2010. Vale considerar ainda que uma em cada três casas na cidade já comprometeu metade da renda para despesas.

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São dados que, na percepção da FecomercioSP, ligam o sinal de alerta para o contexto doméstico das famílias em São Paulo, considerando, por fim, que dois terços dos rendimentos desses lares são destinados para contas do dia a dia, como aluguel, e para o consumo de itens essenciais, como supermercados, farmácias, entre outros.

Os dados ainda mostram também queda significativa entre famílias sem condições de pagar as dívidas vencidas, que passou de 10,1%, em dezembro, para 9,7%, em janeiro, voltando ao patamar de um dígito após seis meses. O endividamento ficou estável, na casa dos 69%. No intervalo de um ano, o número de famílias de renda baixa (até dez salários mínimos) inadimplentes foi o que mais ressecou, passando de 30,7%, em janeiro do ano passado, para 25,7%, agora. Na direção contrária, lares de estratos superiores apareceram mais na lista de inadimplência: de 10,5% para 11,8%.

Há estabilidade também em relação aos prazos para a liquidação das dívidas: oito meses. No entanto, o tempo médio de atraso está um pouco mais elevado do que era há um ano, passando de 65 dias para 66. Dentre os itens que mais comprometem a renda das famílias paulistanas, estão, principalmente, a fatura do cartão de crédito (85,5%), além do crédito pessoal (15%) e do cheque especial (6,2%). É uma mostra de como o cartão — pela facilidade de uso cotidiano — permanece como a alternativa mais comum para suprir os gargalos do orçamento.

Chama a atenção, porém, como os outros dois fatores de endividamento cresceram no período: em janeiro de 2023, 4,9% das famílias estavam com dívida nessa modalidade. No caso do crédito pessoal, o volume era de 9,9%. Segundo a Federação, são números que preocupam, já que revelam que as famílias estão recorrendo mais a empréstimos para cumprir as obrigações existentes — ou seja, precisam ir além do cartão para pagar as contas.

CONFIANÇA PARA CONSUMIR

Mesmo com uma parcela maior dos rendimentos comprometida com contas, as famílias estão mais confiantes em consumir: a intenção de ir às compras cresceu novamente, agora em 0,4%, atingindo 113,7 pontos. É o maior patamar desde abril de 2014.

Dentre os motivos para esse cenário positivo, estão, sobretudo, o aumento da renda, que cresceu 1,4% em relação a dezembro de 2023, atingindo 138,1 pontos, e a melhora na condição de emprego (1,4%). Diante disso, o índice de consumo subiu na mesma toada: 1,5%. De acordo com a FecomercioSP, essa é uma boa notícia, pois é um sinal de que, apesar das intempéries econômicas, as pessoas ainda estão dispostas a consumir, mesmo frente à cautela quanto às dívidas e às opções de crédito disponíveis.

Acesse aqui os principais insights da pesquisa elaborada pela FecomercioSP.

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Fonte Oficial: FecomercioSP

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