José Goldemberg, presidente do Conselho de Sustentabilidade e do Comitê Energia da FecomercioSP, em audiência na Câmara dos Deputados (Arte: TUTU)
O problema energético do Brasil não será resolvido apenas se produzindo mais energia. É preciso que o governo esteja com olhar voltado ao uso eficiente do que já é produzido, seja energia derivada do petróleo, seja energia renovável. “As fontes são todas importantes, mas é preciso olhar para a redução da demanda por meio de medidas governamentais que estimulem a conservação de energia”, defendeu José Goldemberg, presidente do Conselho de Sustentabilidade e do Comitê Energia da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), em audiência na Câmara dos Deputados na última terça-feira (27).
Para o presidente do conselho e do comitê, o governo federal tem nas mãos os instrumentos essenciais para mobilizar e dinamizar as medidas de conservação de energia em todos os setores da economia, atribuindo uma nota de eficiência, como o Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel) tem feito, por exemplo, para geladeiras, e, aos poucos passar a banir os equipamentos menos eficientes, com um prazo de alguns anos para adaptação pelas indústrias.
Mas ainda falta empenho para a eliminação das máquinas e equipamentos ineficientes. “Os programas criados para reverter isso, como o Procel, não são suficientemente proativos. Seria preciso fortalecer essa atuação.”
Em sua fala a parlamentares, membros do governo e representantes de outras entidades, Goldemberg analisou como países, como os Estados Unidos, conseguiram, com um empenho que ainda falta ao Brasil, reverter a expectativa de crescimento das emissões de carbono sem prejudicar o crescimento econômico. “A razão pela qual os Estados Unidos conseguiram reduzir as emissões de carbono, mesmo com a economia crescendo, foi com a introdução de padrões mandatórios de desempenho energético”.
“A adoção de equipamentos mais eficientes no Brasil é voluntária, não mandatória. O nosso país tem somente uma experiência de sucesso, que são as lâmpadas incandescentes, eliminadas por meio de uma portaria interministerial em 2010.”
O caminho que o País tem tomado, nesse cenário de um mundo mais eficiente em termos energéticos, é preocupante, conforme os dados que Goldemberg apresentou aos parlamentares. “Entre 2000 e 2014, avaliando apenas a queima de combustíveis fósseis, ocorreu aumento das emissões de carbono, e a partir de 2020 há uma tendência de isso continuar. Estamos carbonizando a nossa matriz energética.”
Fonte: elaboração da FecomercioSP com base em https://ourworidindata.org
Goldemberg ainda reforçou, na reunião, que a FecomercioSP lidera iniciativas para orientar as empresas, com manuais, a respeito de como economizar água e energia e como tornar os estabelecimentos comerciais e de serviços mais eficientes.
Confira a íntegra da audiência pública da Comissão de Minas e Energia da Câmara sobre eficiência energética: https://www.camara.leg.br/evento-legislativo/68551.
Saiba mais sobre o Conselho de Sustentabilidade da FecomercioSP e sobre o Comitê Energia.
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Fonte Oficial: FecomercioSP