Questões macroeconômicas refletem diretamente no desenvolvimento do varejo
(Arte: TUTU)
Empresas do comércio varejista precisam avaliar a necessidade de rever os processos de operação para ampliar a entrada de recursos e garantir a sobrevivência dos negócios. Essa conclusão foi levantada por especialistas no Café Sem Filtro Fecom — Grande Varejo: Perspectivas e Mudanças à Vista e a Prazo, encontro online realizado, na última terça-feira (25), pela Federação do Comércio Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).
No evento, o economista Antonio Lanzana, copresidente do Conselho de Economia Empresarial e Política (CEEP) da Entidade, destacou os empecilhos enfrentados atualmente pelo setor empresarial, como alta dos juros, mais seletividade dos bancos para a concessão de empréstimos, encarecimento do crédito para pessoas jurídicas, expansão do endividamento das famílias (o que reduz o poder de compra) e baixo nível de atividade econômica desde o fim de 2022.
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“O varejo foi um dos segmentos mais impactados pelo cenário gerado durante a pandemia. Contudo, a situação permanece nos dias atuais com a tentativa de retomada, porque questões macroeconômicas refletem diretamente no desenvolvimento do varejo”, explicou.
Lanzana ainda apontou que o varejo contraiu dívidas para investir em diferentes frentes, como:
*transformação do e-commerce;
*tecnologia;
*segurança digital;
*transporte.
Segundo o economista, o momento é de renegociar contratos e dívidas com instituições bancárias e negociar a postergação de pagamentos a fornecedores. Além disso, é urgente analisar a necessidade de novos métodos. “Pouco adianta parcelar uma dívida se a operação da empresa não arcar com os novos processos financeiros. A revisão da operação pode gerar os recursos necessários para o reequilíbrio financeiro da empresa”, ressaltou Lanzana.
Dentre as outras orientações, Lanzana cita:
*trabalhar com outra gama de produtos;
*diminuir o espaço físico;
*adaptar e procurar novas tecnologias.
“Muitas vezes, o empresário terá de rever operações com o intuito de gerar caixa em condições mais favoráveis. Cada empresa tem problemas específicos, mas, de forma geral, existem hipóteses interessantes para o comércio alcançar esse objetivo”, afirmou.
Juros
Gustavo Loyola, ex-presidente do Banco Central (Bacen), enfatizou que apesar de a busca atual por sobreviver pareça cansativa após as complexidades da pandemia, mudanças positivas estão a caminho. “O desafio é ultrapassar esta fase da atividade econômica mantendo uma boa gestão financeira. Entretanto, vale lembrar que a política monetária age com defasagem. Agora, estamos sentindo o reflexo da alta de juros que o Bacen fez no ano passado. A boa notícia é que os juros devem cair. Não haverá recessão neste ano; o País vai crescer pouco, mas vai crescer”, adiantou.
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Fonte Oficial: FecomercioSP