Em vigor desde 2013, no Estado de São Paulo, o sistema de Logística Reversa (LR) do óleo de cozinha usado tem como objetivo dar o destino correto e evitar que o resíduo cause uma série de problemas ambientais. E, neste processo, o comércio tem um papel muito importante, uma vez que é a ponte entre consumidores, fabricantes e importadores, além de auxiliar na divulgação do sistema e na conscientização da população.
No mais novo episódio do podcast especial da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), Lucio Vicente, diretor de Assuntos Corporativos e Sustentabilidade do Grupo Carrefour no Brasil, e Alexsandra Ricci, assessora técnica do Conselho de Sustentabilidade da Entidade, falam sobre os desafios do sistema sustentável.
Alexsandra comenta que, atualmente, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) já obriga fabricantes e importadores a destinar adequadamente o óleo de cozinha usado, devendo distribuidores e comerciantes receberem os produtos pós-consumo. Neste caso, o comerciante pode atuar como um ponto de recebimento ou de divulgação.
Para as empresas do comércio que querem aderir ao sistema como um ponto de entrega, é necessário celebrar um contrato de parceria com o seu fornecedor de óleo, que também deve ser participante do sistema de descarte correto de resíduos. Caso a empresa esteja impossibilitada de aderir, o comerciante pode ser um ponto de divulgação, conscientizando os clientes. A adesão é feita pela plataforma de LR da FecomercioSP. Não há custos para o(a) empresário(a) que quiser aderir ao programa.
Desafios
No bate-papo, Alexsandra ainda destaca que, hoje, um dos desafios do sistema de LR é a meta geográfica de implantação de Pontos de Entregas Voluntários (PEVs). “Até o fim de 2021, a meta era de 100% dos municípios de São Paulo com mais de 90 mil habitantes atendidos; só chegamos a 78%. Então, é necessário ainda contemplar 19 cidades”, pontua.
O Carrefour, que tem um programa voltado ao sistema desde 2011, ao longo deste período, já coletou mais de 500 mil litros de óleo. Só no ano passado, foram 70 toneladas. “Percebemos que a adesão do consumidor tem aumentado. Ano a ano, vemos que as pessoas estão entendendo a complexidade de desperdiçar este resíduo de forma incorreta”, analisa Lucio Vicente. Para o diretor Assuntos Corporativos e Sustentabilidade da rede no Brasil, o descarte irregular gera diversos prejuízos, tanto à economia quanto ao meio ambiente.
De acordo com Vicente, a empresa já desenvolveu diversas iniciativas para intensificar a participação do cliente, além de parcerias para estimular a conscientização da população.
Vicente também explica como o descarte deve ser feito na prática: o consumidor armazena o óleo utilizado e entrega nas lojas. Já nas parcerias com a indústria, a logística é feita com retiradas semanais ou quinzenais de bombas de óleo. Após isso, os resíduos são destinados a um processo de triagem e, consequentemente, de reutilização dos insumos para outro tipo de produto final.
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Fonte Oficial: FecomercioSP