O varejo se destacou influenciado pelo segmento de ferragens, madeira e materiais de construção
(Arte: TUTU)
A geração de empregos celetistas no comércio paulista voltou a ser registrada, após a perda de quase 2,6 mil postos de trabalho em março. Em abril, 10.371 vagas foram criadas no setor, que obteve o melhor desempenho desde novembro. Os dados são da Pesquisa de Emprego no Estado de São Paulo (PESP), que também apontou alta, na comparação anual, de quase 200% nas vagas ligadas ao setor de serviços. Contudo, é importante ressaltar que, em abril do ano passado, o Estado enfrentava a fase mais restritiva ao funcionamento e à ocupação dos estabelecimentos considerados não essenciais.
A pesquisa da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) revelou que, dentre as divisões que formam o comércio, o varejo foi o setor que mais se destacou, com a criação de 6.345 empregos, influenciada pelo segmento de ferragens, madeira e materiais de construção, com a formação de 860 vagas. O comércio por atacado gerou 2.647 empregos, graças, principalmente, ao segmento de produtos alimentícios em geral, responsável pela criação de 365 postos.
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Já o comércio e reparação de veículos registrou o desenvolvimento de 1.379 vagas, com destaque para a atividade varejista de peças e acessórios novos para veículos (325).
Na comparação anual, o resultado do comércio em abril inverte o cenário de perdas observado no mesmo mês de 2021, quando o setor perdeu 5.180 postos de trabalho, durante a pandemia.
Apesar do resultado mensal, quando se avalia o quadrimestre, o balanço é negativo, com a perda de 11.337 vagas. O varejo, que perdeu 24.698 empregos, foi o principal responsável pelo resultado no período. As principais influências observadas foram os resultados dos hipermercados e supermercados (-15.037) e do ramo de vestuário e acessórios (-7066). Já o atacado apresentou saldo positivo de 8.984 vagas, enquanto o setor de comércio e reparação de veículos gerou outras 4.377 vagas.
Setor de serviços mantém quadro positivo
Nos serviços paulistas houve criação de 27.938 empregos, o que representa um crescimento de quase 200% em relação ao saldo registrado no mesmo período do ano passado, quando se apontou geração de 9.725 vagas. Com o resultado de abril, o estoque chegou a quase 6,692 milhões de vínculos empregatícios. Doze, das 14 divisões que formam o setor, demonstraram avanço na empregabilidade. Os serviços de transporte, armazenagem e correios, com 8.679 novos postos de trabalho, e o de alojamento e alimentação, com 7.186 empregos, foram os que mais geraram vagas.
Os números são resultado dos desempenhos dos segmentos de transporte rodoviário de carga e de restaurantes e bares, respectivamente. O primeiro criou 6.541 postos, e o segundo, 5.190. No ano, o setor de serviços acumulava, em abril, a geração de 150 mil postos de trabalho, destacando-se educação (41.333) e transporte, armazenagem e correios (20.724).
Comércio e serviços na capital
Na cidade de São Paulo, o comércio gerou 4.182 empregos celetistas. O destaque ficou por conta do varejo, que criou 2.779 postos de trabalho, puxado por vestuário e acessórios (436). No ano, o setor perdeu 932 vagas, em razão da divisão varejista (-5.583), especialmente dos hipermercados e supermercados (-4.839).
Já nos serviços, foram criadas 5.579 vagas. Dentre as divisões, o melhor resultado absoluto foi observado no grupo de alojamento e alimentação (3.300), puxado pelos restaurantes e bares (2.493), enquanto o pior foi observado nos serviços administrativos e complementares, que perderam 7.313 postos de trabalho, com atenção especial ao segmento de serviços de seleção, agenciamento e locação de mão de obra (-4.230 vagas). No ano, foram 51.100 postos, com liderança dos serviços educacionais (14.456).
Perspectivas para os próximos meses
No quarto mês do ano, o comércio teve pouca (ou quase nenhuma) influência da dispensa de trabalhadores contratados para as festas de fim de ano. Já o setor de serviços manteve a necessidade de aumentar o quadro de trabalhadores, principalmente no transporte de cargas e na hospedagem e alimentação. O primeiro segue influenciado pelo avanço do e-commerce, ao passo que o segundo busca recuperar o quadro funcional perdido com as restrições impostas pela pandemia.
A recuperação do setor de serviços e o retorno à normalidade no comércio devem dar continuidade nos próximos meses. Entretanto, para a FecomercioSP, o cenário exige cautela quanto ao desempenho da geração de receitas desses setores. Isso, porque a inflação persistente e os reflexos da alta dos juros e dos índices de comprometimento de renda com dívidas anteriores tendem a frear consumo, o desempenho das vendas e, consequentemente, o mercado de trabalho formal.
Acompanhe as diferentes pesquisas e análises setoriais realizadas pela FecomercioSP e tenha mais conhecimento do mercado.
Fonte Oficial: FecomercioSP