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Moeda digital e comércio eletrônico: bem-vindo ao futuro – FecomercioSP

China, que inventou o papel moeda há milhares de anos, quer sair na frente nas digitais
(Arte: TUTU)

*Por André Sacconato

Sempre tentamos projetar o futuro. Economistas estão sempre com esse desafio pela frente. Mas agora não vamos falar de PIB, câmbio, juros ou inflação. Vamos falar de uma tendência que parece inevitável: comércio e moeda eletrônica. Até pouco tempo atrás isso parecia papo de investidor exótico, mas com a pandemia e movimentos de grandes países começamos a entender que esse processo está mais próximo do que pensamos.

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Para se ter uma ideia do que estamos falando podemos apelar à China, que hoje é uma formadora de tendências. O país em 2020 faturou U$ 2 trilhões em comércio eletrônico, três vezes mais que o segundo maior usuário que foi os EUA. Dos 851 milhões de celulares daquele país, mais de 80% foram usados para compras e uso de moeda eletrônica. Isso resultou num total de transações de U$ 52 trilhões em comércio eletrônico naquele país. Mas o que mais assusta, em um país dito comunista, é que 94% desse total de pagamentos é dominado por duas empresas privadas: Ali baba (Ali Pay com 55%) e Tecent (We Chat Pay com 39%).

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Isso já incomoda o governo chinês que percebeu que, esse aumento das transações em plataformas virtuais demandará uso cada vez mais intensivo de moedas virtuais. Deixar todo esse mercado em um ambiente de moedas virtuais privadas pode ter um preço muito alto: a incerteza sobre a garantia dessas moedas, a dependência de todo o sistema de pagamentos de uma empresa privada e principalmente a perda de poder de política monetária.

Esse último demanda uma ponderação mais longa: política monetária e controle da quantidade de moeda física na economia com o objetivo de combater a inflação. Imagine que o governo restrinja a quantidade de dinheiro no mercado com objetivo de diminuir número de transações e baixar a inflação. Se nesse mesmo mercado tivermos muitas moedas eletrônicas as transações podem continuar sendo feitas, tendo efeito nenhum na inflação.

Criação de moedas eletrônicas

Baseado nessas “ameaças” o governo chinês já vem estudando a criação de uma moeda eletrônica oficial. Deve começar a entrar na economia já este ano. E essa criação tem uma ambição ainda maior. A China que inventou o papel moeda há milhares de anos atrás quer sair na frente nas digitais. E imagina que isso pode ser um grande passo na internacionalização do Yuan, que hoje conta com menos de 2% do comércio mundial. Objetivo ousado? Eu vou aproveitar o “never bet Against America” (Nunca aposte contra a America” de Warren Buffet e utilizar para China “never bet Against China”.

O Banco Central americano (FED) já entrou nesse assunto e também confirmou que está em estudos preliminares para criar o Dólar eletrônico. Deve demorar mais, mas é questão de tempo.

No Brasil o e-commerce atingiu o valor total de R$ 50 bilhões em 2020, segundo estimativas preliminares da FECOMERCIOSP, recorde absoluto. A pandemia teve sua parcela de contribuição, mas a tendência continua sendo de alta, mesmo que devolva parte desse valor quando as lojas físicas reabrirem. Lembrando que lojas físicas e comércio eletrônico não são excludentes.

E como podemos tirar proveito desse cenário?

Tanto o comércio eletrônico como a moeda eletrônica são dois movimentos que fatalmente serão tendências no futuro.

Quanto antes nos preparamos para esses dois fenômenos, melhor nos adiantamos.

É interessante notar que não basta estar posicionado no comércio eletrônico, mas também em moedas digitais. Busque, procure, entenda. Você consegue muito conteúdo gratuito tanto para colocar em prática o comércio eletrônico como para trabalhar com moedas digitais, e quanto antes, melhor.

*André Sacconato é economista, consultor da FecomercioSP e integrante do CEEP.
Artigo originalmente publicado no Portal Contábeis em 9 de abril de 2021.

Fonte Oficial: FecomercioSP

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