Dados reforçam os prejuízos causados pelo fechamento das lojas físicas das atividades consideradas não essenciais em grande parte das cidades do Brasil
(Arte: TUTU)
O faturamento do comércio varejista brasileiro deve terminar o ano de 2020 com queda de 6,7%. A redução, reflexo da pandemia de covid-19, impacta os setores de forma diferente e um estudo exclusivo da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) indica que as lojas de vestuário, tecidos e calçados serão as mais prejudicadas.
A atividade deve faturar R$ 111, 31 milhões neste ano, – 25,2% que em 2019. O pior mês, até o momento, foi sentido em abril, com recuo de mais de 81% nas receitas ante o mesmo mês do ano passado.
Saiba mais sobre os reflexos da pandemia e como lidar com ela:
Pandemia deve fechar quase 200 mil empresas de pequeno porte neste ano no Brasil
Valor do auxílio emergencial impacta positivamente o varejo brasileiro durante pandemia
Assista a uma série de aulas práticas para manter seu negócio diante de momentos de crise
Os dados reforçam os prejuízos causados pelo fechamento das lojas físicas das atividades consideradas não essenciais em grande parte das cidades do Brasil. Somado a esse fato, a crise provocada pelo coronavírus aumentou o desemprego, diminuiu a renda de muitas famílias, e tudo isso impactou no consumo desses itens.
Esses lojistas foram obrigados a procurar novas formas de vendas desde o início da pandemia. O jeito para os varejistas já adeptos do mundo virtual foi intensificar as vendas no comércio eletrônico. As grandes redes até criam plataforma de integração entre o e-commerce e as contas nas quais os clientes recebem o auxílio emergencial — benefício do Governo Federal de R$ 600 durante cinco meses. Em compensação, aqueles que realizavam as vendas somente nas lojas físicas tiveram de entrar para o varejo virtual para não fechar as portas de vez.
Outras atividades
Além de vestuário, tecidos e calçados, o levantamento da FecomercioSP indica que o segmento de materiais de construção será o segundo mais afetado ao atingir R$ 105,549 milhões de faturamento, perda de 17,6% no faturamento neste ano.
Também devem ter queda no acumulado do ano, o faturamento de outras atividades (-13,3%); lojas de móveis e decoração (-13,3%); veículos, motos, partes e peças (-11,4%); e lojas de eletrodomésticos e eletrônicos (-8,1%).
Das oito atividades analisadas, apenas farmácias e perfumarias terão crescimento, de 2,8% e 5,4%, respectivamente. Sendo assim, farmácias e perfumarias devem faturar R$ 165, 4 milhões e supermercados R$ 706,4 milhões em 2020.
Esses estabelecimentos não sofreram restrições durante a pandemia e também aproveitaram as vendas na internet para se aproximar dos consumidores que aderiram ao isolamento social.
Estado de São Paulo
No estado de São Paulo, a atividade que deve registrar o impacto negativo mais incisivo em suas vendas deve ser a de concessionárias de veículos, cujo faturamento deve encolher quase R$ 19 bilhões ante o valor registrado em 2019. Lojas de vestiário, tecidos e calçados estão em segundo lugar dessa projeção e devem ter perda de 19,5%, ou seja, R$ 11,8 milhões, no faturamento deste ano em relação ao ano anterior.
Também no estado de São Paulo apenas supermercados e farmácias tendem a registrar aumento de receita em 2020, com aumento de 3,1% e 3,9%, respectivamente.
Fonte Oficial: FecomercioSP