Flexibilização leva em conta a capacidade hospitalar e parte de evolução da pandemia nas regiões do Estado
(Arte: TUTU)
A partir de 1º de junho, um novo modelo de isolamento social será adotado no Estado de São Paulo. O setor de comércios e serviços, que estava com restrição de funcionamento, poderá abrir as portas em determinados municípios de forma gradual. O anúncio foi feito em coletiva do governo estadual, com a prefeitura da capital, nesta quarta-feira (27).
O calendário de reabertura no Estado terá cinco fases, sendo que a capital começa na fase dois do programa. Essa etapa permite a abertura de comércio e shopping centers, concessionárias, atividades imobiliárias e escritórios, com medidas restritivas e respeitando protocolos do Governo. Em contrapartida, a região Metropolitana de São Paulo e a Baixada Santista foram classificadas na primeira fase, ou seja, os estabelecimentos localizados nessas regiões terão de manter as restrições já existentes no qual apenas os comércios essenciais devem ser abertos.
A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) apoia a retomada em fases por entender que a reabertura parcial do comércio deve ser realizada respeitando as características regionais, em conjunto com a capacidade de atendimento da saúde, bem como analisando periodicamente as características de evolução da epidemia. Além disso, faz-se necessário o distanciamento controlado e, se for o caso, o isolamento intermitente, ambos baseados em todos os indicadores de utilização dos equipamentos de saúde e nos protocolos sanitários.
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No anúncio feito pelo governo do Estado nesta quarta-feira (27), no Palácio dos Bandeirantes, a chamada “quarentena consciente” vai flexibilizar as restrições nas cidades conforme dois indicadores: a redução no número de novos casos de covid-19 e a taxa de ocupação nos leitos de UTI.A cada sete dias, haverá uma reclassificação com base nos indicadores, e as regiões que mantiverem estabilidade poderão avançar para outras fases, ao passo que aquelas com piora terão as restrições aumentadas.
As regiões foram classificadas de acordo com os critérios definidos pela Secretaria Estadual da Saúde e pelo Comitê de Contingência do Coronavírus. Além da capital, também estão na segunda fase as regiões de São José do Rio Preto, Araçatuba, Marília, Sorocaba, Taubaté, Campinas, Piracicaba, São João da Boa Vista, Ribeirão Preto e Franca.
A terceira fase, na qual estão as regiões de Presidente Prudente, Bauru, Araraquara/São Carlos e Barretos, permite a abertura de bares e restaurantes e salões de beleza.
O funcionamento de academias será liberado apenas na quarta fase. No momento, nenhuma região está apta para essa flexibilização, assim como para a quinta fase, que permite o funcionamento de teatros, cinemas e eventos que gerem aglomeração.
Histórico
A quarentena teve início em 24 de março nos 645 municípios do Estado para conter o avanço do novo coronavírus. Desde então, a medida restritiva vem sendo prorrogada com a permissão de funcionamento de atividades consideradas essenciais como supermercados, padarias, açougues, farmácias, hospitais, entre outros. Muitos desses estabelecimentos funcionam apenas com serviços de entrega delivery ou mediante a compra sem sair do carro (drive thru), como bares, lanchonetes e restaurantes.
Além da seleção de atividades, o governo também recomendou diferentes horários de funcionamento (antes das 6h ou depois das 11h) para reduzir as aglomerações de pessoas em vias e locais públicos, como terminais de ônibus e metrô, nos horários de maior demanda.
Medidas apresentadas ainda não são suficientes para empresas
A FecomercioSP, e os setores por ela representados, acataram a quarentena, mas cobram, desde o começo das restrições, auxílio financeiro às empresas prejudicadas com a queda nas vendas e no faturamento. A falta de linhas de crédito e a dificuldade de acessar os valores destinados pelo BNDES aos bancos foram queixas comuns entre os empresários até o momento. Constantemente, a FecomercioSP pediu às esferas municipal, estadual e federal a implantação de medidas econômicas com efeito prático de impedir desemprego em massa e falência geral dos negócios.
A Entidade lembra, ainda, que as medidas do Poder Público de suporte ao empresariado durante a pandemia não têm sido suficientes. Segundo estimativa da FecomercioSP, levando em consideração que as atividades retornem no dia 1º de junho, conforme anunciado pelo governador anteriormente, os prejuízos alcançados nos meses de março, abril e maio devem atingir mais de R$ 44 bilhões, com perda diária de R$ 659,7 milhões ao varejo paulista. Dessa forma, a liberação de R$ 650 milhões em crédito pelo Governo do Estado de São Paulo, por meio do Banco do Povo e do Desenvolve SP, não cobre nem sequer uma média diária do prejuízo no faturamento do comércio.
Fonte Oficial: FecomercioSP