Apesar de acompanhar possíveis efeitos do coronavírus nas exportações para a China, o governo ainda não identificou nenhum impacto, afirmou hoje (3) o subsecretário de Inteligência e Estatísticas da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Economia, Herlon Brandão. Segundo ele, a automatização das operações nos portos chineses reduz o risco de contaminação.
“Conversamos com alguns exportadores, e não há relato de impacto nas operações”, disse Brandão. Ele explicou que, além de os contratos de exportações serem fechados com alguma antecedência, o desembarque das mercadorias por meio de sistemas automatizados diminui o contato com os chineses. “Por um procedimento padrão, os tripulantes são orientados a não deixar o navio durante o descarregamento”, acrescentou.
Mesmo com o pouco contato de tripulantes brasileiros com chineses, o subsecretário admitiu que, no médio prazo, o coronavírus pode reduzir as exportações brasileiras. Isso por causa de uma eventual desaceleração da segunda maior economia do planeta, que é o principal parceiro comercial de sete em cada 10 países. “[O coronavírus] pode ter um efeito espalhado por todos os países e afetar o Brasil”, disse.
Em janeiro, as exportações brasileiras para a China caíram 9,3% em relação ao mesmo mês do ano passado, pelo critério da média diária. O recuo, no entanto, deve-se principalmente à doença que prejudicou o rebanho suíno chinês, que diminuiu as vendas de soja e de milho, usados como ração para porcos. Outro produto cujas exportações caíram em janeiro foi a celulose, também afetada pela redução do preço internacional e pelo menor consumo dos chineses.
Segundo Brandão, o Brasil sofreria menos com o impacto do coronavírus sobre as exportações porque o país vende produtos agropecuários aos chineses. As exportações de minério de ferro e de insumos industriais, no entanto, poderiam ser afetadas por uma possível desaceleração na economia do país asiático.
Câmbio
Sobre o impacto da alta do dólar nas exportações brasileiras, Brandão disse que a valorização da moeda norte-americana, por enquanto, tem se refletido mais na rentabilidade dos exportadores do que em um possível aumento do volume de exportações. Isso porque a queda nos preços internacionais de muitas mercadorias tem amenizado os ganhos (para os exportadores) com a subida do dólar.
O subsecretário explicou que processo semelhante ocorre com as importações. A queda nos preços internacionais de diversos bens tem compensado os efeitos da alta do dólar nos preços das mercadorias importadas no Brasil. “Ainda é preciso esperar algum tempo para analisar o efeito do câmbio sobre o comércio externo. Os dados de apenas um mês são insuficientes”, declarou Brandão.
Edição: Nádia Franco
Fonte Oficial: Agência Brasil.