O modelo de parceria com o setor privado que permitirá a retomada da construção da usina nuclear de Angra 3 deverá ser definido em dezembro, disse hoje (26) o assessor da Diretoria Técnica da Eletronuclear, Roberto Travassos.
“Esse parceiro potencial tem que ter comprovada experiência internacional na construção de usinas nucleares, deve ter acesso a recursos e trazer novos financiamentos”, afirmou Travassos, em palestra no 5º Seminário sobre Energia Nuclear: Aspectos Econômicos, Políticos e Ambientais, na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).
Ontem (25), o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, afirmou que o modelo de negócios para Angra 3 deverá ser apresentado nas próximas semanas. “O BNDES está trabalhando junto com o PPI [Programa de Parcerias de Investimentos] e acreditamos que, numa questão de semanas, podemos apresentar esse modelo para o mercado”, disse, após participar do seminário Perspectivas e Desafios para a Infraestrutura Brasileira, promovido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), no Rio de Janeiro,
Angra 3
Angra 3 será a terceira usina da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto, localizada na praia de Itaorna, em Angra dos Reis (RJ). Segundo a Eletronuclear, quando entrar em operação comercial, a nova unidade com potência de 1.405 megawatts, será capaz de gerar mais de 12 milhões de megawatts-hora por ano, energia suficiente para abastecer as cidades de Brasília e Belo Horizonte durante o mesmo período. Com Angra 3, a energia nuclear passará a gerar o equivalente a 50% do consumo do Estado do Rio de Janeiro.
Mais de 60% da Usina de Angra 3 foi construída, a um custo de quase R$ 10 bilhões. Para concluir a obra faltam mais R$ 15 bilhões em investimentos, que devem vir do parceiro privado, que será selecionado a partir da definição do modelo. A previsão é que as obras sejam retomadas em 2020 e concluídas em 2026.
Edição: Aline Leal
Fonte Oficial: Agência Brasil.