Recomenda-se que as dívidas não comprometam mais do que 30% da receita do negócio
(Arte/Tutu)
Recurso importante no processo de abertura de empresa ou de ampliação dos negócios, o endividamento, se não for bem conduzido, pode se tornar uma dor de cabeça para os empreendedores. Isso porque quando se perde o controle das dívidas, a empresa, aos poucos, encontra dificuldades para fechar acordos com fornecedores, deixa de honrar compromissos e até mesmo pode se ver diante da possibilidade de falir.
Portanto, o empreendedor, se quiser manter a empresa operando no azul, não deve se esquivar de acompanhar o nível de endividamento, tarefa ainda mais relevante na gestão de pequenos e médios negócios, os quais encontram mais dificuldades para obter crédito para cobrir eventuais furos no fluxo de caixa e pagar dívidas.
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Do ponto de vista financeiro, deixar de recolher os impostos costuma ser o primeiro sinal de que a empresa entrou em uma situação adversa. Segundo o sócio-diretor da Paulicon Contábil, Marco Aurélio Pereira, isso ocorre, em geral, porque pequenas e médias empresas ignoram a importância do fluxo de caixa como uma ferramenta de previsão de receitas e gastos.
“Nessa situação, o empreendedor tem de saber que é mais fácil ir a um banco atrás de capital de giro do que deixar de pagar o imposto. O banco trabalha com as possibilidades de parcelar e repactuar dívidas e reduzir juros. No imposto, não é assim. Se deixar de pagar, é cobrado com juros Selic mais multa, e o montante começa a ficar fora da realidade”, explica Pereira.
De acordo com o contabilista, o endividamento desmedido muitas vezes tem origem na formação equivocada de preços de mercadorias e serviços, de modo que a receita obtida não dá conta de cobrir os compromissos da empresa. De qualquer forma, para evitar problemas relacionados a credores, a recomendação é que o nível de endividamento não comprometa mais do que 30% da receita do negócio.
A assessoria técnica da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) ressalta que, ao prestar atenção ao fluxo de caixa, a empresa consegue evitar atrasos nos pagamentos por desorganização, o que evita o crescimento de dívidas.
Em todo caso, a Entidade recomenda que os empreendedores, antes de contrair crédito, negociem seus débitos – quando se constrói uma boa relação com um fornecedor, por exemplo, é bastante plausível rever prazos de pagamento, reduzir juros e definir um valor fixo nas parcelas mensais de pagamento. Se a solução for contrair um empréstimo, o crédito deve ser destinado à quitação da maior parte das dívidas, a fim de impedir a expansão do endividamento.
O empreendedor, sendo assim, precisa manter um controle rigoroso sobre as dívidas, inclusive se valendo de cálculos que demonstrem a evolução dos débitos em relação à receita. Para entender mais sobre a questão contábil e a negociação das dívidas, confira um conteúdo especial da FecomercioSP com mais informações a respeito desses temas.
Fonte Oficial: FecomercioSP