Para o presidente do Conselho de Serviços da FecomercioSP, Artur de Almeida, o Brasil precisa ter um projeto de nação
(Fotógrafo: Ciete Silvério)
O Brasil precisa aderir a uma agenda que foque nos principais problemas estruturais e conjunturais, tendo o desafio de preparar as futuras lideranças do País, sem se perder na polarização política e de ideias. Essa é a avaliação que permeou grande parte dos painéis do ‘BRASA em Casa: O Brasil no Divã’, encontro que reuniu neste sábado (13) jovens engajados com o propósito de pensar os rumos do País.
O evento foi organizado pela Brazilian Student Association (BRASA), a maior associação de brasileiros que estudam no exterior, em correalização com a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) e UM BRASIL. Estiveram presentes representantes da sociedade civil e de instituições públicas e privadas.
Um dos destaques do encontro, o painel “GPS Político Brasileiro”, do UM BRASIL, reforçou a necessidade de os jovens saírem da bolha das redes sociais para integrar agendas do mundo real, onde os temas são mais complexos. O jornalista Fábio Zanini, acompanhado da escritora Antonia Pellegrino e do economista Joel Pinheiro da Fonseca, debateram a conjuntura política, arraigada por uma polarização nas redes, e colocaram na conversa os efeitos disso na forma como as pessoas estão pensando o futuro do País.
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No encontro, o presidente do Conselho de Serviços da FecomercioSP, Artur de Almeida, apontou que os últimos anos têm sido uma jornada desafiadora para os brasileiros. “Somos um País complexo, com acentuados contrastes econômicos, culturais e históricos. Precisamos ter consciência do que realmente queremos como nação. Há razão para acreditar que já dispomos dos instrumentos que precisamos: temos os jovens e temos principalmente as instituições acima de tudo”.
Para ele, o UM BRASIL, a BRASA e a FecomercioSP dão um passo importante ao reunir jovens para debater um modo de adequar os propósitos do País aos novos tempos, totalmente alinhados a valores reconhecidamente da sociedade.
Desenvolvimento econômico
O economista e presidente do Insper, Marcos Lisboa, explicou que o País deve dar prioridade a transformações que reduzam o peso dos gastos do setor público e que reduzam os problemas estruturais da economia brasileira.
“Há uma agenda imensa de pequenas transformações contínuas que precisam ser feitas. O Brasil criou um mar de distorções na sociedade que geram os problemas de crescimento, pois está tudo amarrado em lei. Nosso dever de casa é limpar o nosso sistema tributário; ninguém vai querer investir em infraestrutura ou energia com a confusão regulatória e insegurança jurídica que temos. Não conseguimos sequer fazer o básico, que é uma boa gestão da política pública, o caso mais clássico é o da educação”, avaliou o economista.
Já o secretário de Fazenda e Planejamento do Estado de São Paulo e ex-ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, avaliou que a produtividade do País, fundamental para a perspectiva de desenvolvimento no futuro, voltou a cair nas últimas décadas, em relação à dos Estados Unidos. “O Brasil precisa aprofundar a abertura comercial e o ajuste fiscal para a entrada em organizações internacionais, de modo a assegurar a estabilidade econômica e o crescimento da produtividade”.
Ele enfatizou que a reforma tributária é muito importante dentro desse processo de abertura de economia, mas vai exigir que as empresas sejam capazes de competir internacionalmente. Para Meirelles, é primordial que uma educação de qualidade em todos os níveis escolares acompanhe essa agenda de produtividade, que passa também pelas mudanças profundas na infraestrutura do Brasil.
Fonte Oficial: FecomercioSP