Coletiva de imprensa, no auditório da sede da Polícia Federal, para falar sobre a Operação ‘Boca de Lobo’.
publicado:
30/11/2018 16h26
última modificação:
30/11/2018 16h31
A finalidade da operação é reprimir os crimes de lavagem de dinheiro, organização criminosa e corrupção ativa e passiva, cometidos pela alta cúpula da administração do Governo do Estado do Rio de Janeiro. A ação conta ainda com a participação do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF).
Durante a entrevista, o auditor-fiscal da Receita Federal, Cleber Homem da Silva, informou que, no curso das investigações, foram identificados diversos métodos de lavagem de dinheiro, dentre eles: uso de vantagens indevidas para pagar reformas em residência dos investigados; pagamentos de propinas em espécie; pagamentos por prestações fictícias de serviço; utilização de corretoras de câmbio e de valores para pagar e receber os recursos ilícitos; e mesclagem dos valores recebidos ilicitamente com recursos lícitos da atividade empresarial.
“Na Calicute e na Eficiência (operações anteriores) foi comprovado que parte das vantagens indevidas era entregue a grandes empresas, para que estas depositassem tais recursos em suas contas e transferissem, à título de pagamento de prestações de serviço (que nunca existiram), para empresas dos investigados. Estes, finalmente, recebiam os valores sob a forma de lucros e dividendos, fechando o ciclo da lavagem de dinheiro”, explicou Cleber.
Ele afirmou ainda que, de todos os mecanismos citados, o único em que o ciclo de lavagem foi concluído, realizando sua última etapa, conhecida didaticamente como ‘integração’, foi no caso de pagamentos de prestações fictícias de serviços. Ou seja, somente neste caso é que os recursos recebidos indevidamente surgem para seus destinatários com uma aparência lícita. “Nos demais casos, apesar de farto material probante a respeito do recebimento das vantagens indevidas, tais valores ainda permanecem ocultos. Com isso, há necessidade de se aprofundar as investigação com o objetivo de localizá-los” finalizou o auditor.
Houve também a participação de auditores-fiscais e de analistas-tributários da Receita Federal no cumprimento de mandados de busca e apreensão.
A Receita Federal vem participando das investigações, em conjunto com o Ministério Público Federal e a Polícia Federal, desde antes de sua deflagração ostensiva, por meio de cruzamentos e análise de dados internos realizados pela área de inteligência.
Fonte Oficial: Receita Federal